Dom. John Atcherley Dew, Arcebispo de Wellington (Nova Zelândia), foi o primeiro Prelado a propor formalmente a Comunhão para os divorciados que voltaram a casar. "Nossas Igrejas se enriqueceriam se pudéssemos convidar os católicos comprometidos, atualmente excluídos da Eucaristia para voltarem à mesa do Senhor. Há aqueles a quem seu primeiro matrimônio terminou tristemente. Nunca abandonaram a Igreja, mas atualmente estão excluídos da Eucaristia", disse o Prelado.

"Temos que encontrar os modos para incluir os que têm fome do Pão da Vida. É necessário enfrentar o escândalo dos que têm fome do alimento eucarístico, como se deve enfrentar o escândalo da fome física", disse Dom. Dew na terça-feira à tarde.

Segundo o vaticanista do jornal "Il Foglio", é de esperar que outros prelados, possivelmente franceses, proponham o mesmo.

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Entretanto, o tema, segundo vários vaticanistas, já foi abordado e resolvido pela "Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre o recebimento da Comunhão eucarística por parte dos fiéis divorciados que voltaram a casar", assinada pelo atual Pontífice, então Cardeal Joseph Ratzinger, em 14 de setembro de 1994.

A carta assinala que "frente às novas propostas pastorais acima mencionadas, esta Congregação sente a obrigação de voltar a recordar a doutrina e a disciplina da Igreja a respeito. Fiel à palavra de Jesus Cristo, a Igreja afirma que não pode reconhecer como válida esta nova união, se era válido o anterior matrimônio. Se os divorciados se tornaram a casar civilmente, encontram-se em uma situação que contradiz objetivamente à lei de Deus e por conseguinte não podem ter acesso à Comunhão eucarística enquanto persista essa situação".

O documento, respondendo aos argumentos expostos por Dom. Dew, destaca que "esta norma de maneira nenhuma tem um caráter punitivo ou em qualquer modo discriminatório para os divorciados que voltaram a casar, mas sim expressa uma situação objetiva que de por si faz impossível o acesso à Comunhão eucarística: ‘São eles os que não podem ser admitidos, dado que seu estado e situação de vida contradizem objetivamente a união de amor entre Cristo e a Igreja, significada e atualizada na Eucaristia. Há além disso outro motivo pastoral: se estas pessoas forem admitidas na Eucaristia os fiéis seriam induzidos ao engano e confusão a respeito da doutrina da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio’".