MADRI, 3 de mar de 2021 às 06:00
Em vistas à festa de São José, em 19 de março, e por ocasião do Ano de São José convocado pelo Papa Francisco, o bispo da diocese espanhola de San Sebastián, Dom José Ignacio Munilla, explicou como podemos aprender a ser pais “na coragem criativa” como o guardião da Sagrada Família.
Dom Munilla sublinhou que “a esse São José obediente, a esse São José Pai na acolhida, devemos acrescentar-lhe pai na coragem criativa”.
Essa coragem criativa, especificou, "ressalta a colaboração ativa, não meramente passiva" com o Plano de Deus.
Citando a carta Patris corde escrita pelo Papa Francisco para o Ano de São José, o bispo espanhol observou que “o Papa diz, a respeito desta coragem criativa: ‘com efeito, perante uma dificuldade, pode-se estacar e abandonar o campo, ou tentar vencê-la de algum modo. Às vezes, são precisamente as dificuldades que fazem sair de cada um de nós recursos que nem pensávamos ter’”
Dom Munilla destacou que “isso também aconteceu com São José. A Providência de Deus contava com a coragem criativa de São José. Contava com que ele não seria apenas obediente aos planos de Deus, mas contava com que teria a capacidade de desenvolver todos os recursos para ser o guardião da Sagrada Família”.
“Por exemplo, na hora de chegar a Belém, por exemplo na hora de fugir para o Egito, fugindo de Herodes”, indicou.
“Quanto tempo a Sagrada Família teria passado no Egito? Quantos meses ou anos? Não sabemos, mas imaginamos São José buscando os meios de sobrevivência, como dizemos, buscando a vida em meio a uma cultura totalmente diferente, sem conhecer um idioma, como levar adiante esta família da qual o Senhor lhe fez guardião”, assinalou.
O Bispo de San Sebastián destacou que São José “teve que ser muito corajoso para entrar em uma cultura tão diferente. Coragem criativa”.
“Isso nos dá um grande ensinamento, porque, diz o Papa ‘se, em determinadas situações, parece que Deus não nos ajuda, isso não significa que nos tenha abandonado, mas que confia em nós com aquilo que podemos projetar, inventar, encontrar’”, destacou.
O bispo espanhol destacou que “Deus espera que você, com suas qualidades, entregando-se a elas, tenha o dom e a capacidade de sair desta situação difícil”.
“A graça de Deus, precisamente, faz com que seja capaz, que seja capaz de desenvolver as suas qualidades e todos os talentos que Deus colocou em nós”, assinalou.
Para o Prelado, “a confiança na Providência e a coragem criativa caminham juntas. É uma falsa dicotomia dizer: pelo que eu escolho? Pela graça de Deus ou pela colaboração? Não, as duas coisas: a graça de Deus e a liberdade e colaboração do homem estão perfeitamente integradas no Plano de Deus”.
Dom Munilla advertiu que “talvez estejamos rumo a um futuro” no qual “sejamos uma minoria, mas o importante é que sejamos uma minoria significativa. Uma minoria criativa, capaz de ser fermento e de transformar a cultura”, disse.
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“Podemos ser uma minoria, mas o importante é que somos uma minoria significativa. Uma minoria criativa, capaz de fermentar e transformar cultura”, disse.
Além disso, especificou, “é óbvio que devemos ser fiéis, fiéis em meio a um mundo que deu as costas a Deus, em meio a esta cultura da secularização”.
“Mas ser genuinamente fiel supõe ter fidelidade criativa. Não é uma fidelidade que fica parada e não se move", continuou.
Dom Munilla frisou que “a verdadeira fidelidade é criativa: permanece fiel à Tradição e ao mesmo tempo pensa em como posso chegar àqueles que estão afastados”.
Além disso, indicou que “a criatividade apostólica é uma prova que indica a intensidade da nossa união com Deus, porque quando alguém está apaixonado por Deus, a paixão suscita a criatividade”.
“Olhemos para São José: um homem obediente, sim, agora tão obediente quanto criativo”.
“Como conjugar as duas coisas? Olhando para José, olhando para aquele dom da fidelidade criativa, esse dom de deixar Deus tomar a iniciativa em todos os acontecimentos da vida, e ao mesmo tempo que nos coloca em movimento, nos surpreende por ver que podemos responder a tantos desafios que jamais teríamos imaginado na nossa vida que seríamos capazes de responder a eles”.
“Olhando para São José dizemos: temos que aprender com ele a ser guardiões, a custodiar Jesus, a custodiar a fé, a custodiar a Igreja, temos que aprender a custodiar a fé dos humildes. Temos que aprender também a cuidar da causa dos pobres e dos abandonados”, expressou.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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