BAGDÁ, 5 de mar de 2021 às 15:00
Ao final do primeiro dia de sua visita, às 16h40. (Hora de Roma), o Papa visitou a Catedral católica siríaca de Nossa Senhora da Salvação, também conhecida como Sayidat al-Nejat, onde se encontrará com bispos iraquianos, padres, religiosos e religiosas, seminaristas e catequistas.
Em 31 de outubro de 2010, esta catedral, localizada no bairro de Karrada, no centro de Bagdá, foi atacada por terroristas islâmicos quando mais de 100 pessoas participaram da missa dominical, 48 vieram a falecer.
Quando o Papa Francisco passar pela porta da Catedral Católica Nossa Senhora da Salvação, esta tarde, ele entrará em contato pela primeira vez com os novos mártires do Oriente Médio cujo sangue vem regando o Iraque ao longo do século XXI, desde a Segunda Guerra do Golfo.
O vaticanista Sandro Magister escreveu semanas depois deste atentado que “graças aos testemunhos de numerosos feridos trazidos a Roma e outras cidades europeias para serem curados”, é que foi possível reunir informações sobre o atentado.
Segundo o jornalista, “a dinâmica do massacre não deixa dúvidas” sobre o ódio dos terroristas islâmicos à religião cristã. “Os agressores usaram explosivos. Eles atiraram e jogaram bombas gritando: ‘Eles irão todos para o inferno, enquanto nós vamos para o paraíso. Alá é o maior '”, destacou.
“Nas cinco horas do ataque, os terroristas oraram duas vezes, recitaram o Alcorão como numa mesquita. Eles arrasaram o altar, atiraram no crucifixo, atacaram as crianças simplesmente por serem 'infiéis'”, acrescentou.
On this day 8 years ago we remember the 58 Syriac Catholics who were killed by terrorists while attending Mass at Our Lady of Salvation in Baghdad. Let us remember them in our prayers today and continue to pray for Christians in the Middle East. pic.twitter.com/j1S0zP3BVw
— Father Marcus ن (@father_marcus) November 1, 2018
O processo de beatificação dos 48 católicos que morreram dentro da igreja avançou da fase diocesana para o Vaticano em outubro de 2019.
Esta catedral católica também foi uma das seis igrejas bombardeadas em agosto de 2004, quando cinco carros-bomba em Bagdá e um em Mossul foram detonados fora dos templos, matando 12 pessoas e ferindo mais de 70.
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Today on #Epiphany Sunday, we celebrated Mass at Our Lady of Salvation in #Baghdad. In October of 2010, the #IslamicState of #Iraq massacred 58 and wounded 78 worshippers here. The resiliency of these #Christians is unparalleled. We will be sharing more stories - stay tuned. pic.twitter.com/o6nF7MCNhi
— Christians of Iraq (@iraqichristian) January 8, 2018
Eventos como este provam que muito antes da ameaça do Daesh e o califado, os cristãos já eram perseguidos, torturados e assassinados por jihadistas.
Os católicos de Bagdá aguardaram ansiosamente estaa visita do Santo Padre. De acordo com fotos postadas nas redes sociais, em uma parede do lado de fora da catedral de Nossa Senhora da Salvação, um mural mostrava o carinho dos fiéis para com o Pontífice: uma enorme imagem do Papa com as bandeiras do Vaticano e do Iraque foi pintada no muro externo.
Three more days until the Pope arrives to #IRAQ.
— Samya Kullab | سامية كُلاب (@samya_kullab) March 2, 2021
Murals and posters outside Our Lady of Salvation Church in Baghdad and in Karada.
The Vatican defended @Pontifex’s trip amid virus as “act of love” in @nwinfield’s latest: https://t.co/nhOLG8xTGW pic.twitter.com/gDwfzvoL1s
Confira:
Papa no Iraque: A guerra, o ódio, a violência são incompatíveis com a religião https://t.co/BjakBZ2nIC
— ACI Digital (@acidigital) March 5, 2021