Vaticano, 22 de mar de 2021 às 09:32
O italiano Saverio Capolupo, ex-comandante geral da Guarda Financeira e conselheiro do Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano em matérias econômicas, tributárias e fiscais desde 2019, foi nomeado presidente da Fundação Luis Maria Monti, que administra o Instituto Dermopático da Imaculada em Roma.
O General Capolupo substitui o Pe. Giuseppe Pusceddu, que, como presidente interino desde 12 de novembro de 2020, foi encarregado de adaptar os Estatutos da Fundação ao carisma do Beato Luigi Maria Monti.
O Instituto Dermopático da Imaculada encontrava-se em 2012, ano em que declarou a sua falência, numa situação financeira muito delicada devido a fraudes e desvios de fundos por parte dos seus administradores durante décadas.
Em 2015, a Secretaria de Estado do Vaticano assumiu o controle do hospital por meio de sua compra. Para a aquisição, foi criada uma nova empresa sem fins lucrativos em colaboração com a ordem religiosa proprietária do hospital.
Esta sociedade obteve um empréstimo da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (APSA), por meio de uma complexa série de transações, de 50 milhões de euros, embora a APSA tenha um acordo com os reguladores bancários europeus de não realizar empréstimos comerciais.
Mas o hospital, falido e endividado, não foi capaz de realizar o pagamento do empréstimo, de modo que o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, como ele mesmo reconheceu, coordenou com o Arcebispo Emérito de Washington, Cardeal Donald Wurel, uma doação de 25 milhões de dólares da Papal Foundation para cobrir as dívidas do hospital com a APSA.
Pe. Pusceddu, como Superior Provincial da Província Italiana da Congregação dos Filhos da Imaculada Conceição, foi a pessoa certa para esta tarefa. Mas agora a prioridade é outra: resolver a complexa situação financeira da instituição, afetada por um escândalo recente em torno do Instituto Dermopático.
Para essa missão, o general Saverio Capolupo foi considerado a pessoa certa por sua experiência na Guarda Financeira, uma força policial militarizada encarregada de julgar crimes financeiros e o contrabando na Itália.
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A nomeação do Pe. Pusceddu em novembro passado fez pensar que a Fundação, e o Instituto Dermopático, estavam voltando à gestão dos Filhos da Imaculada Conceição de forma definitiva, depois que Bento XVI encomendou a investigação das finanças do hospital em 2013 para um comissário do Vaticano.
Porém, não foi assim. O comunicado divulgado pela Sala de Imprensa do Vaticano, especifica que com esta mudança, “a Santa Sé continua manifestando a sua proximidade e apoio à Fundação e às suas obras, conservando a herança do Pe. Monti através do cuidado daqueles que sofrem e da fraterna atenção às suas necessidades”.
No início de 2019, o cardeal Parolin pediu ao conselho da Papal Foundation que reclassificasse 13 milhões de dólares correspondentes a uma das parcelas da subvenção como empréstimos e que foram pagos como créditos contra futuras solicitações de subvenção.
Quando o dinheiro da subvenção parou, a APSA se viu obrigada a cancelar 30 milhões do empréstimo de 50 milhões de euros, eliminando os lucros da APSA para o ano fiscal de 2018.
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