No Dia Mundial da Síndrome de Down, o Papa Francisco afirmou que toda criança é um presente para a família e, portanto, deve ser protegida, cuidada e amada.

"Cada criança que se anuncia no ventre de uma mulher constitui uma dádiva, que muda a história de uma família: de um pai e de uma mãe, dos avós e dos irmãozinhos", escreveu o Santo Padre em sua conta no Twitter, ontem, 21 de março.

"E esta criança tem necessidade de ser acolhida, amada e cuidada. Sempre!", acrescentou.

Em 2011, a Assembleia Geral das Nações Unidas decidiu que o Dia Mundial da Síndrome de Down deveria ser comemorado em 21 de março (21/03) para conscientizar a população sobre as pessoas com a alteração que multiplica o cromossomo número 21 por 3.

A comemoração também lembra "a dignidade inerente, o valor e valiosas contribuições destas pessoas.

Segundo a ONU, a incidência estimada da síndrome de Down no mundo é de 1 em 1.000 recém-nascidos. Segundo os dados da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, estima-se que no Brasil a incidência é de 1 em cada 700 nascimentos.

Em alguns países como o Reino Unido, se a trissomia é detectada ou suspeita-se de que o bebê nascerá com a Síndrome de Down, a mãe está autorizada a realizar um aborto legalmente.

Com o aumento de exames de detecção pré-natais na Europa e nos Estados Unidos, o número de bebês nascidos com síndrome de Down diminuiu consideravelmente, entretanto, poucos países estão tão perto de exterminar no ventre os portadores da Síndrome como a Islândia.

Segundo um relatório apresentado pela rede americana de televisão CBS, no início do ano 2000 foram introduzidos os exames de detecção pré-natais na Islândia e, desde então, a grande maioria das mulheres – praticamente 100% – que recebe a notícia de que está a gerar em seu ventre um bebê com Síndrome de Down decide abortá-lo.

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“A Islândia não está eliminando a Síndrome de Down. Estão matando todos que têm Síndrome de Down. Grande diferença”, criticou através da sua conta no Twitter a atriz americana Patricia Heaton, conhecida por ser uma das protagonistas da comédia The Middle.

A síndrome foi descoberta pelo pesquisador John Langdon Down em 1866, embora ele não tenha descoberto as causas.

Em 1958, o pesquisador católico Jerome Lejeune descobriu que se tratava de uma alteração cromossômica: a trissomia do par de cromossomos 21, e publicou sua descoberta na revista Nature em 1959.

A principal consequência da Síndrome de Down é a incapacidade cognitiva, embora tenha sido demonstrado que a estimulação precoce pode ajudar muito a que esta seja reduzida.

Lejeune foi indicado ao Prêmio Nobel, mas sua candidatura não foi adiante devido à sua convicção contra o aborto de crianças com essa alteração genética.

Este cientista francês foi nomeado pelo Papa São João Paulo II como membro da Pontifícia Academia para a Vida no Vaticano. Lejeune morreu em 1994 e em junho de 2007 seu processo de beatificação foi aberto.

O Papa Francisco autorizou em 21 de janeiro a promulgação do decreto da Congregação para as Causas dos Santos que reconhece suas virtudes heroicas, um passo preliminar para seu reconhecimento como bem-aventurado.

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