Em mensagem ao superior geral da Congregação do Santíssimo Redentor, padres redentoristas, no marco do 150º aniversário da proclamação de Santo Afonso Maria de Ligório, padroeiro dos confessores, como Doutor da Igreja, o Santo Padre encorajou os membros desta comunidade a proclamar o Evangelho em defesa da vida.

"Convido-vos, como fez Santo Afonso , a que conheçam os irmãos e irmãs frágeis de nossa sociedade. Isso implica o desenvolvimento de uma reflexão teológica - moral e ação pastoral, capaz de se comprometer com o bem comum, que está enraizado na proclamação do querigma, que tem uma palavra decisiva em defesa da vida, para a criação e fraternidade".

Isso foi indicado pelo Santo Padre em uma mensagem escrita para lembrar que há 150 anos, em 23 de março de 1871, o Papa Pio IX proclamou Santo Afonso Maria de Ligório como padroeiro dos confessores e moralistas além de Doutor da Igreja.

Santo Afonso "mestre e patrono de confessores e moralistas, ofereceu respostas construtivas aos desafios da sociedade de seu tempo, através da evangelização popular, indicando um estilo de teologia moral capaz de combinar as demandas do Evangelho e as fragilidades humanas", disse o Papa.

Em sua mensagem, o Santo Padre enfatizou que este santo fundador é "modelo para toda a Igreja em saída missionária, o que indica ainda fortemente a principal maneira de aproximar as consciências da face acolhedora do Pai, pois a salvação que Deus nos oferece é obra de sua misericórdia".

Por essa razão, o Papa convidou teólogos morais, missionários e confessores a seguirem o exemplo de Santo Afonso para "entrar em uma relação viva com os membros do povo de Deus e olhar para a existência a partir de sua perspectiva, para entender as reais dificuldades que encontram e ajudar a curar suas feridas".

O Pontífice ressaltou que "o radicalismo evangélico não se opõe à fraqueza do homem" por isso "é sempre necessário encontrar o caminho que não afasta, mas aproxima os corações de Deus, como fez Afonso com sua doutrina espiritual e moral".

Entre os desafios enfrentados pela sociedade atual, o Santo Padre destacou a "pandemia e trabalho no mundo pós-Covid, o cuidado a ser garantido a todos, a defesa da vida, as contribuições que surgem da inteligência artificial, a proteção da criação, a ameaça antidemocrática e a urgência da fraternidade".

"Como Santo Afonso , somos chamados a conhecer as pessoas como uma comunidade apostólica que segue o Redentor entre os abandonados. Esse encontro daqueles que não têm ajuda espiritual ajuda a superar a ética individualista e promover uma maturidade moral capaz de escolher o verdadeiro bem", disse.

Nesse sentido, o Santo Padre observou que "a formação de consciências para o bem se apresenta como um objetivo indispensável para todo cristão" e acrescentou que "ao formar consciências responsáveis e misericordiosas teremos uma Igreja adulta capaz de responder construtivamente às fragilidades sociais, com vistas ao reino dos céus".

"Seguindo o exemplo do Santo Doutor, convido-vos a abordar seriamente no plano da teologia moral o grito de Deus perguntando a todos nós: 'Onde está teu irmão?'.

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Desta forma, o Santo Padre citou várias vezes seu primeiro documento magisterial, a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium para enfatizar que a teologia proposta por Santo Afonso "nasce de ouvir e acolher a fragilidade dos homens e mulheres mais espiritualmente abandonados".

"A experiência missionária nas periferias existenciais de seu tempo, a busca pelo distante e ouvindo confissões, a fundação e a orientação da nascente Congregação do Santíssimo Redentor, bem como as responsabilidades como bispo de uma igreja particular, o levam a se tornar pai e professor de misericórdia", disse o Papa.

O Santo Padre acrescentou que Santo Afonso não parou "na formulação teórica dos princípios, mas deixou-se ser desafiado pela própria vida" por isso foi "um advogado dos últimos, do frágil e do descartado pela sociedade de seu tempo" e esse caminho o levou "à opção decisiva de se colocar a serviço das consciências que buscam, mesmo entre mil dificuldades, o bem, porque são fiéis ao chamado de Deus à santidade."

Dessa forma, o Papa indicou que "a teologia moral não pode refletir apenas sobre a formulação de princípios, de normas" porque "o conhecimento apenas dos princípios teóricos, como o próprio Santo Afonso nos lembra, não basta acompanhar e sustentar consciências no discernimento do bem a ser realizado".

"O conhecimento precisa ser prático através da escuta e acolhimento do último, dos frágeis e daqueles que a sociedade considera um descarte", pediu o Papa.

Finalmente, neste aniversário especial, o Santo Padre encorajou a Congregação do Santíssimo Redentor e da Pontifícia Academia Alphonsiana, como sua expressão e centro de alta formação teológica e apostólica, "a dialogar construtivamente com todas as instâncias de todas as culturas, a fim de buscar respostas apostólicas, morais e espirituais para a fragilidade humana".

"Que Santa Afonso Maria de Ligório e a Virgem do Perpétuo Socorro sejam sempre seus companheiros de viagem", concluiu o Papa.

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