VATICANO / A HAVANA, 11 de out de 2005 às 18:56
As comunidades cristãs que se reunem em casas são uma esperança para a Igreja em Cuba, conforme explicou durante o Sínodo o Bispo Auxiliar de Havana, Dom. Alfredo Petit Vergel. Mas estas comunidades poderiam ver-se ameaçadas se o governo aprovar uma lei contra elas."Apesar da escassez de sacerdotes", disse Dom. Petit durante sua intervenção no Sínodo, "temos a Eucaristia em grande apreço e se celebra com grande respeito pelas normas litúrgicas".
"Entretanto –acrescentou–, diante da dificuldade e praticamente da impossibilidade de construir novos templos, temos as assim chamadas ‘casas de oração’ ou ‘casas de missão’ situadas nos bairros periféricos e nos pequenos povoados e casarios e onde se reune semanalmente, ou com a freqüência que podem, um pequeno grupo de fiéis, não mais de 40 sob a direção de um leigo comprometido, uma religiosa ou um diácono".
"Ali vai o sacerdote e se celebra a Santa Missa nessas casas com grande devoção e respeito pelas normas litúrgicas e precedendo a correspondente confissão sacramental para os que, com as devidas disposições, desejam participar do Pão Eucarístico", explicou o Prelado cubano.
Entretanto, no mesmo dia, fontes de imprensa em Havana assinalam que o governo estaria a ponto de anunciar um novo "regulamento" que estabelece restrições ao direito de reunião nas casas para efeitos religiosos.
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As novas medidas foram passadas em abril deste ano; mas logo seriam aplicadas a partir deste mês.
Segundo as novas regras, as reuniões de oração nas casas devem obter uma aprovação que se obtêm submetendo por escrito o nome do proprietário da casa, os dias de reunião na semana e o número de pessoas que podem participar.
Além disso, nenhuma outra reunião da mesma denominação religiosa pode realizar-se em um raio de dois quilômetros, e os estrangeiros estão proibidos de participar de tais reuniões, a menos que obtenham uma permissão específica.
A violação destas normas levará à suspensão de todo direito de reunião na propriedade e o pagamento de uma multa de mil dólares, soma inacessível para o cubano médio.