JERUSALÉM, 1 de abr de 2021 às 09:30
Cerca de dois mil cristãos na Terra Santa começaram a Semana Santa de 2021 participando das tradicionais celebrações do Domingo de Ramos.
Na manhã do dia 28 de março, pela primeira vez como Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Pierbattista Pizzaballa, realizou a procissão de ramos ao redor do túmulo de Cristo, localizado dentro da Basílica do Santo Sepulcro, onde também está o local da crucificação; e depois, presidiu a Missa de Domingo de Ramos.
Segundo o site do Patriarcado Latino de Jerusalém, a celebração reuniu bispos, sacerdotes e seminaristas do Patriarcado Latino e da Custódia da Terra Santa, religiosos e religiosas de diferentes comunidades e um pequeno número de fiéis.
À tarde, o Patriarca Latino de Jerusalém, com cerca de duas mil pessoas, realizou a tradicional procissão de Betfagé, no Monte das Oliveiras, até a Porta dos Leões, próxima à Igreja de Santa Ana na Cidade Velha.
O site ressaltou que no caminho para a Cidade Velha, Dom Pizzaballa parou no Santuário Dominus Flevit ("O Senhor Chorou"), igreja localizada no Monte das Oliveiras, onde rezou por Jerusalém e a abençoou com a relíquia do Santa Cruz de Cristo, “sinal da nossa redenção”.
“Faz parte da missão específica da nossa Igreja de Jerusalém rezar por esta Cidade Santa e conservar a sua vocação de ser casa de oração para todos os povos, onde todos são cidadãos iguais e onde cada crente nela encontra a sua casa”, disse Dom Pizzaballa.
A procissão continuou até a Porta dos Leões, onde o Patriarca deu uma mensagem à multidão que, segundo a associação monástica de vida consagrada "Família Religiosa do Verbo Encarnado", portava ramos de oliveira e entoava cantos religiosos de várias paróquias de Terra Santa.
O Prelado recordou que os católicos amam Jerusalém, porque nela “estão as raízes da nossa identidade cristã. Ela representa para cada um de nós o desejo de reconciliação universal e a paz que Deus deseja para toda a família humana. E é por isso que queremos rezar e trabalhar, para que este desejo e esta profecia se tornem realidade”.
Do mesmo modo, reconheceu que existem “feridas e divisões que infelizmente ainda caracterizam a vida desta cidade”, mas destacou que estas “não devem nos desanimar”, mas “impelir-nos com cada vez mais determinação a dar testemunho da fé na vitória de Cristo sobre a morte, para ser, como Igreja, sinal de unidade e reconciliação”.
“Não devemos duvidar disso! Para quem tem fé, a cruz não é sinal de derrota e morte, mas de amor, vida, reconciliação e perdão”. Por isso abençoamos a cidade com a cruz, para que esteja cada vez mais marcada pelo amor de Cristo, e se torne um lugar de encontro, respeito e acolhimento recíproco”, sublinhou.
Neste sentido, afirmou que não se assustam com “os obstáculos contínuos de cada dia”, também não impedem “a nossa caridade, ninguém pensa que estão eliminando a nossa alegria de acreditar em Cristo, filho de Davi! Hoje nós aqui, pequenos remanescentes, reafirmamos o nosso compromisso e a nossa determinação de dizer 'Sim' a Cristo e de o seguir no caminho da cruz e da redenção, caminho do amor e da vida!”.
O Patriarca Latino de Jerusalém recordou também que “nesta Semana Santa, que começa hoje, passaremos pelos momentos destacados da Paixão e Morte de Jesus, e também nos juntaremos a Ele com as nossas muitas paixões e mortes, as muitas cruzes que pesam em nossos ombros".
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No entanto, disse que além de partilhar a sua Paixão, “queremos também encontrar-nos com Ele, ressuscitado e vivo no meio de nós, e ser testemunhas d’Ele em Jerusalém e em todo o mundo!”.
“Senhor Jesus, tu que com a tua Santa Cruz redimiste o mundo, abençoa a nós e a todos os habitantes desta nossa cidade, dá-nos um coração capaz de amar com o teu próprio amor e faze-nos testemunhas dignas de tua ressurreição. Amém”, concluiu,
Dom Pizzaballa ficou feliz por poder realizar a procissão do Domingo de Ramos, pois em 2020 teve que ser suspensa devido à pandemia de Covid-19, e afirmou que “embora poucos, a alegria e a determinação de aclamar Cristo como nosso Rei e Senhor é a mesma de sempre”.
Embora as autoridades israelenses tenham indicado que apenas 300 pessoas poderiam participar da procissão, ao final participaram cerca de dois mil fiéis, sobretudo cristãos estrangeiros, alguns migrantes que trabalham, e moram no país, os religiosos e religiosas que servem na Terra Santa e alguns habitantes de Jerusalém, assinalou o Patriarcado Latino em seu site.
No entanto, “os cristãos palestinos da Cisjordânia e de Gaza não puderam comparecer às cerimônias” e não estarão presentes “para a Paixão do Senhor em Jerusalém, pois não conseguiram obter uma autorização para visitar e rezar nos lugares santos de Jerusalém, por causa da propagação da Covid-19 na Terra Santa desde março do ano passado”.
O Patriarcado Latino convidou os milhares de peregrinos cristãos que vêm à Terra Santa a cada ano a se juntarem através das redes sociais para ver a transmissão das celebrações da Semana Santa, já que o Aeroporto Ben Gurion permanece fechado para quem não é cidadão de Jerusalém.
“Somos uma pequena representação, mas toda a Igreja está conosco aqui hoje: há cristãos de várias comunidades da diocese que não puderam chegar a nós devido às restrições atuais, e há cristãos de todo o mundo que, embora não tenham conseguido chegar fisicamente a nós, hoje estão rezando conosco, com o coração e a mente voltados para Jerusalém”, disse Dom Pizzaballa.
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