PIURA, 7 de abr de 2021 às 08:00
Gloria Huarcaya, diretora do Mestrado em Matrimônio e Família da Universidade de Piura (Peru), explicou como a instituição familiar ajuda a combater a pandemia de Covid-19.
Huarcaya disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que as famílias durante a pandemia intervieram no “cuidado da vida, cuidando na linha de frente dos doentes e idosos, educando e socializando as crianças por causa do fechamento das escolas, e na solidariedade intergeracional, ajudando a suprir as necessidades econômicas de nossos familiares”.
“Além disso, as famílias, principalmente as mães, contribuíram para a estabilidade emocional de seus membros diante da incerteza da Covid; que constitui uma ajuda tremendamente eficaz - embora muitas vezes oculta - a toda a sociedade”, acrescentou.
Sobre a ajuda concreta para combater a pandemia, Huarcaya sublinhou que a família “definitivamente já o faz através dos cuidados preventivos, dos cuidados aos doentes em casa, bem como do apoio financeiro que fornece às pessoas que perderam seus trabalhos e negócios”.
A especialista explicou à ACI Prensa que existe também "outro tipo de atenção muito importante que se reflete no fortalecimento das virtudes neste contexto", como "o otimismo para enfrentar as adversidades, criatividade para gerar espaços para compartilhar, serenidade e tranquilidade diante do que não se pode controlar, capacidade de trabalho apesar das limitações, respeito e cuidado do âmbito pessoal e o acompanhamento espiritual a quem sofre diretamente com a pandemia”.
“As famílias têm enfrentado a crise sanitária e econômica, inclusive com mais fortaleza que os próprios governos”, destacou.
Gloria Huarcaya destacou ainda que “a pandemia acabou se tornando um assunto familiar e expôs a qualidade de relações entre seus membros. A Covid-19 funcionou como uma tormenta perfeita que fortaleceu as famílias funcionais, e debilitou as que já eram vulneráveis”.
“A pandemia nos levou a repensar as prioridades e perceber que, acima do sucesso social ou profissional, nos preocupamos com a vida e com a saúde de nossos familiares, pois é nisso que está o sentido de nossas vidas, em amar e ser amados de modo incondicional”, disse a especialista a ACI Prensa.
Na família, continuou Huarcaya, a defesa da vida é ensinada "em todas as suas etapas, da concepção até a morte natural", o que fomenta "o germe da coesão social, um elemento indispensável para o desenvolvimento sustentável. É por isso que se diz que quando existem famílias bem fundadas, as sociedades prosperam sobre uns valores sólidos”.
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Da mesma forma, a especialista destacou que “a interação entre família e sociedade requer um reconhecimento político, cultural, empresarial e jurídico, que não se limite a propostas demagógicas, mas que ofereça um verdadeiro reconhecimento e uma ajuda efetiva para que as famílias possam cumprir suas funções específicas, que não são substituíveis”.
Por isso, “torna-se cada vez mais urgente a implementação de uma ‘perspectiva familiar’ nas políticas públicas e empresariais. Isso significa que todos os programas e ajudas sociais - inclusive as privadas - considerem as estruturas familiares em seus diagnósticos e os efeitos de suas intervenções no bem-estar familiar”.
Ou seja, “deixar de considerar os cidadãos como indivíduos isolados, e começar a entendê-los como pessoas integradas em uma rede familiar, com dinâmicas e necessidades particulares”.
Gloria Huarcaya também disse que “o estresse emocional que sofremos com o confinamento, a perda do emprego, a redução da renda, exige novos serviços de apoio às famílias, como aconselhamento ou acompanhamento familiar”.
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