Uma série recente de tiroteios contra a abadia das Beneditinas de Maria, Rainha dos Apóstolos, em Gower, Missouri (EUA), entrou para a lista de violência e assédio que a comunidade vem sofrendo nos últimos anos.  

Desde fevereiro de 2021, a abadia foi alvo de três tiroteios, e o último dos incidentes, em 24 de março, teve disparos de bala no quarto da superiora da comunidade.

A polícia de Gower investiga os tiros, mas não há nenhum indício ainda sobre a identidade dos responsáveis. A abadia fica na área rural a cerca de 7km de Gower, uma região onde não ocorrem muitos crimes.

As beneditinas iniciaram sua comunidade sob a égide da Fraternidade São Pedro em 1995 na Diocese de Scranton, Pennsylvania. Elas seguem a liturgia na forma extraordinário do rito romano.

Em 2006 foram convidadas a se instalar em Missouri pelo bispo Robert W. Finn, da diocese de Kansas City-St. Joseph. Desde 2010, estão em Gower.

Em um comunicado, as beneditinas indicaram que pouco depois das 23h, em 24 de março, elas ouviram fortes disparos que acordaram algumas delas, mas logo voltaram a dormir.

"Infelizmente, ficamos insensíveis devido aos muitos incidentes ao redor de nosso mosteiro", acrescentaram.

As freiras indicaram que durante a manhã descobriram dois buracos de bala no quarto da Madre Abadessa. “Uma bala entrou pela parede externa, fez um buraco debaixo da imagem do Sagrado Coração”, indicaram.

A Madre Abadessa Cecília assinalou à CNA, agência em inglês do grupo ACI, que o tiroteio foi apenas o último "comportamento ofensivo" contra as religiosas nos dez anos em que vivem na abadia, que fica na periferia da cidade de Gower, perto da interseção de duas estradas.

A irmã indicou que, em agosto de 2019, um desconhecido disparou por 45 minutos contra a abadia e, em um momento, diretamente em direção a duas irmãs que “não conseguiram ver o responsável, mas escutaram as balas” perto delas.

Madre Cecília assinalou que, mesmo antes de a comunidade chegar a Gower, elas foram alvo de perseguição e violência por parte dos cidadãos.

“Antes mesmo de nos mudarmos para cá, instalamos um santuário com a estátua de Nossa Senhora de Lourdes. Descobrimos que haviam atirado em sua cintura em uma de nossas visitas à propriedade”, lamentou.

A religiosa indicou que desde que começaram a morar na abadia, os carros param para observar as irmãs enquanto trabalham, e que as pessoas “gritam obscenidades e buzinam quando passam, iluminando nossas janelas com faróis à noite”.

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À lista de assédio, junta-se o incidente da Quarta-feira de Cinzas deste ano, quando aproximadamente às 22h15 umas irmãs escutaram disparos contra o edifício.

“Alguns dias depois, houve um tiro contra a igreja”, assinalou Madre Cecília. “Só vimos a bala na porta e o buraco na pedra muitos dias depois”, acrescentou.

A religiosa indicou que se sente bem apesar das marcas de bala em seu quarto e ressaltou que tem certeza de que “São Miguel e nossos anjos da guarda nos vigiam e protegem em todo momento”.

"Quantas balas foram desviadas por eles, considerando o número de tiros que ouvimos", disse. “Eu e todas as irmãs estamos em paz e cheias de confiança no amoroso cuidado de nosso Pai Celestial”, concluiu.

As religiosas estão levantando fundos para construir um muro de segurança de 2,5 metros ao redor da propriedade e instalar câmeras de segurança, para isso precisam de 200 mil dólares.

“É preocupante que os carros passem devagar e às vezes parem para olhar enquanto as irmãs trabalham”, disse Madre Cecília. "Este muro servirá tanto para nossa segurança quanto para a privacidade de que tanto precisamos", acrescentou.

Pode apoiar as religiosas realizando a sua doação AQUI.

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Publicado originalmente em CNA.

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