Vaticano, 8 de abr de 2021 às 10:06
A Pontifícia Academia para a Vida, liderada por Dom Vincenzo Paglia, elogiou Hans Küng, o primeiro teólogo punido durante o pontificado de São João Paulo II.
Numa publicação feita no Twitter em 6 de abril, a Pontifícia Academia para a Vida disse que com a morte de Küng, um conhecido defensor da eutanásia, “desaparece uma grande figura da teologia do século passado, cujas ideias e análises sempre devem fazer-nos refletir sobre a Igreja Católica, as Igrejas, a sociedade, a cultura”.
Desde que passou ao controle do cardeal Paglia, a Pontifícia Academia para a Vida, fundada por São João Paulo II, passou por drásticas reformas. Entre as mais polêmicas foi a eliminação da cátedra de teologia moral fundamental.
A mudança ocorreu alguns anos depois que o papa Francisco anunciou que reestabelecria a academia ampliando seu campo da teologia para incluir a “ciencia da família”.
Küng, que serviu como assessor durante o Concílio Vaticano II, mas que em diferentes ocasiões se opôs à doutrina católica, morreu na terça-feira, 6 de abril, aos 93 anos.
Em 1979, a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), em um documento aprovado por São João Paulo II, afirmava que Küng “se afastou, nos seus escritos, da integridade da verdade da fé católica, e, portanto, já não pode ser considerado teólogo católico nem pode, como tal, exercer o cargo de ensinar”.
Na ocasião, a CDF destacou que “quando acontecer que um mestre de disciplinas sagradas escolha e difunda, como norma da verdade, o próprio parecer e não o pensamento da Igreja e, apesar de terem sido usados consigo todos os meios sugeridos pela caridade, continue no seu propósito, até a honestidade requer que a Igreja ponha em evidência tal comportamento e estabeleça que tal pessoa já não pode ensinar em virtude da missão dela recebida”.
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“Algumas opiniões do professor Hans Küng se opõem, em diversos graus, à doutrina da Igreja que todos os fiéis devem seguir”, indicou a CDF, destacando “entre elas, como de maior importância, o dogma de fé na infalibilidade da Igreja e a missão de interpretar autenticamente o único depósito sagrado da palavra de Deus, confiado só ao Magistério vivo da Igreja, e também a consagração válida da Eucaristia”.
Küng, nasceu em 19 de março de 1928 na Suíça, estudou Filosofia e Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e foi ordenado sacerdote em 1954.
Entre suas várias declarações a favor da eutanásia, o teólogo disse em seu livro "Uma Morte Feliz" que "quando chegar a hora, devo decidir responsavelmente (caso possa fazê-lo e se não, tendo manifestado previamente) o momento e o modo do meu trânsito para a morte”.
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— ACI Digital (@acidigital) December 13, 2019