“Fala com sabedoria, ensina com amor”, citação do Livro dos Provérbios (Pr 31, 26), será o lema da Campanha da Fraternidade de 2022. Na sessão da tarde da terça-feira 13 de abril, os bispos reunidos através de meios eletrônicos na 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil aprovaram o tema “Fraternidade e Educação” para a próxima Campanha da Fraternidade. A Campanha da Fraternidade ocorre em todo o Brasil durante a Quaresma.

“Quando nós falamos da realidade educativa, tal realidade não se restringe ao ensino científico e técnico, mas o desejo é lançar o olhar sobre a educação de forma integral”, afirmou o secretário-executivo de Campanhas da CNBB, padre Patriky Samuel Batista, durante a apresentaão do tema que fez aos bispos.

O tema celebra os 40 anos da Pastoral da Educação no Brasil.

Para o texto-base, que ainda está sendo escrito, foram estabelecidos os objetivos de “analisar o contexto da educação e os desafios potencializados pela pandemia; verificar o impacto das políticas públicas na educação; identificar valores e referências da Palavra de Deus e da Tradição Cristã em vista de uma educação humanizadora; refletir sobre o papel da família, da comunidade de fé e da sociedade no processo educativo com a colaboração das instituições de ensino; incentivar propostas educativas que, enraizadas no Evangelho, promovam a dignidade humana, a experiência do transcendente, a cultura do encontro e o cuidado com a casa comum; estimular a organização do serviço pastoral junto às escolas, universidades, centros comunitários e outros espaços educativos; e promover uma educação comprometida com novas formas de economia, de política e de progresso verdadeiramente a serviço da vida humana, em especial, dos mais pobres”.

 “O Texto-base é fundamental, mas não é um texto que chega às famílias como um texto integral. Nós pensamos que seria oportuno que um grupo de bispos pudesse escrever uma carta aos educadores e às famílias, de modo que possa ser amplamente divulgada”, afirmou o arcebispo de Montes Claros (MG) e presidente da Comissão Episcopal para a Cultura e Educação, dom João Justino.

Para o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, é necessário voltar a valorizar o papel da família na educação. “A família tem um papel importante na educação, papel que não é suprido na escola. Eu acredito que seja muito importante dar este espaço, porque a família foi sendo muito alijada, a educação vem sendo terceirizada”, afirmou.

Na quarta-feira 14 de abril, os bispos discutiram a polêmica gerada pela Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021. Com o tema “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor” e como lema o trecho da carta de Paulo aos Efésios: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade” (Ef 2, 14) a CF de 2021 causou acaloradas discussões com bispos e padres criticando seu texto-base.

O texto foi preparado pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), do qual também faz parte a Igreja Católica no Brasil e afirma em um de seus trechos que “é importante salientar que as relações sociais de classe, de gênero, de raça, de etnia estão historicamente interligadas”.

Em seguida, afirma que um “grupo social que sofre as consequências da política estruturada na violência e na criação de inimigos, é a população LGBTQI+”, e cita dados do ‘Grupo Gay da Bahia’.

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Na assembleia geral, os bispos apontaram inconsistências no texto-base e reagiram às polêmicas.

Para o presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, as contribuições e reflexões foram transparentes e sinceras “inaugurando um tempo muito importante em vista de um diálogo maduro e qualificado”.

Carta ao papa

Os bispos aprovaram, também na sessão da manhã da terça-feira, 13 de abril, a mensagem a ser enviada ao Papa Francisco.

Na carta, os bispos buscam deixar o Santo Padre informado sobre as discussões da 58ª Assembleia Geral e dos assuntos importantes para o clero e o povo de Deus na Igreja no Brasil, além de expressar sua comunhão com a Igreja do mundo todo.

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