Grupos pró-vida nos Estados Unidos alertam sobre o perigo para as mulheres representado pela decisão do governo de Joe Biden de permitir a distribuição de pílulas abortivas pelo correio, aproveitando a atual crise de saúde causada pela pandemia do coronavírus.

“Com esta decisão, o governo Biden deixou claro que prioriza o aborto em detrimento da segurança das mulheres”, disse Jeanne Mancini, presidente da March for Life.

“Permitir o aborto químico sem supervisão e via telemedicina, sem o necessário acesso a cuidados médicos, colocará as mulheres em grave perigo”, alertou.

Janet Woodcok, comissária do Food and Drug Administration (FDA), instituição que regulamenta medicamentos e alimentos nos Estados Unidos, enviou uma carta ao Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas permitidindo a prescrição remota de pílulas abortivas para que sejam enviadas às mulheres pelo correio.

A decisão do FDA segue a pressão do novo secretário de saúde, Xavier Becerra, para reverter as regulamentações do fármaco abortivo.

O medicamento é o mifepristone, que desde 2000 aparece numa lista do FDA reservada para procedimentos e compostos de alto risco. Por estar na lista, o mifepristone só poderia ser prescrito pessoalmente e em um centro médico certificado.

Grupos pró-aborto processaram o governo Trump em 2020, alegando que as circunstâncias extraordinárias justificariam a possibilidade de as mulheres terem acesso às pílulas abortivas de forma remota.

A carta de 12 de abril da FDA permite que as mulheres possam receber o medicamento abortivo por correio durante a pandemia.

Mancini explicou que as informações de 2018 do FDA mostram "milhares de eventos adversos" como resultado da pílula abortiva, "incluindo 768 hospitalizações e 24 mortes desde 2000".

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Por esta razão, destacou a líder pró-vida, "o aborto químico deve ter mais supervisão médica, não menos".

Marjorie Dannenfelser, presidente do grupo pró-vida Susan B. Anthony List, disse, por sua vez, que a decisão do FDA é "puramente política" e acusou os promotores do aborto de "explorar a pandemia da Covid-19 desde o início, trabalhando para eliminar as precauções de segurança para espalhar a proliferação de drogas abortivas perigosas".

Em sua opinião, essa decisão evidencia "o extremismo abortista do governo Biden-Harris".

A presidente de Students for Life of America, Kristan Hawkins, disse que a comissária Woodcok do FDA disse em 2006 que "mulheres morreram e tiveram sequelas por causa da ingestão desses químicos".

“Sabemos que os químicos têm quatro vezes mais complicações do que o aborto cirúrgico, o que pode gerar complicações perigosas e pode prejudicar a fertilidade futura se não houver um acompanhamento e tratamento adequado”, concluiu Hawkins.

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