Ao finalizar a oração do Regina Coeli, o Papa Francisco expressou sua preocupação com o agravamento da situação no leste da Ucrânia, onde nas últimas semanas aumentou a tensão militar com a Rússia.

“Estou acompanhando com profunda preocupação os acontecimentos em certas áreas da Ucrânia oriental, onde as violações do cessar-fogo se multiplicaram nos últimos meses, e observa com grande inquietação o aumento das atividades militares”, disse o Santo Padre.

“Por favor, faço votos sinceramente que se evite o aumento das tensões e, ao contrário, que sejam feitos gestos que promovam a confiança recíproca e favoreçam a reconciliação e a paz que são tão necessárias e tão desejadas”.

“Sigamos também com atenção a grave situação humanitária em que se encontra aquela população, à qual expresso minha proximidade e pela qual convido todos a rezarem”, disse o Pontífice.

 

Nas últimas semanas, a tensão militar aumentou na fronteira entre a Rússia e o leste da Ucrânia, onde existe há anos um conflito com as regiões separatistas e pró-russas ucranianas de Donetsk e Lugansk, zona conhecida como Donbass.

O conflito começou em novembro de 2013, após uma série de manifestações na capital ucraniana, Kiev, que obrigaram o então presidente Yanukovych, próximo à Rússia, a renunciar e abandonar o país.

A Rússia considerou que a população de língua russa da Ucrânia estava ameaçada e interveio anexando a península da Crimeia em 2014. Ao mesmo tempo, no Donbass, as regiões de Donetsk e Lugansk proclamaram sua independência, apoiadas pela Rússia.

Desta forma, iniciou-se um longo e sangrento conflito que continua até hoje com mais de 14 mil mortes.

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Em 2015, com a intermediação da Alemanha e da França, a Rússia e a Ucrânia assinaram os Acordos de Minsk que permitiram a declaração de cessar-fogo. No entanto, ambos os lados violaram os acordos de cessar-fogo e incidentes ocorrem todas as semanas na zona de conflito.

Há poucas semanas, a situação piorou após um incidente no qual vários militares ucranianos morreram. A Rússia começou então a concentração de tropas perto da Ucrânia, com quase 100 mil militares no momento.

Em resposta, a Ucrânia solicitou o seu ingresso na OTAN. A Rússia respondeu advertindo que uma incorporação da Ucrânia à Aliança Atlântica pioraria a situação.

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, negou que neste momento haja a possibilidade de a Ucrânia aderir à OTAN, mas afirmou que a OTAN apoiará a Ucrânia se houver uma invasão do seu território, apoio também expresso pelos Estados Unidos.

Em uma recente entrevista concedida à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, o arcebispo-mor da Igreja Greco Católica Ucraniana, Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, pediu “para rezar pela paz na Ucrânia e pelo envolvimento da comunidade internacional para resolver o conflito e evitar que por causa desta ameaça ocorra um incêndio mundial”.

O bispo assegurou que os ucranianos "vivem em contínuo terror psicológico" devido à guerra em seu território e assegurou que "a Ucrânia deseja restabelecer a paz justa, nosso povo deseja permanecer seguro em suas próprias casas e não tem interesse em provocar o confronto com a Federação Russa”.

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