WASHINGTON DC, 20 de abr de 2021 às 15:55
Os bispos dos Estados Unidos expressaram nesta segunda-feira sua decepção com o anúncio do presidente Joe Biden de que manterá o número de refugiados em um mínimo histórico até maio de 2021.
“O número de refugiados que serão acolhidos este ano é muito menor do que podemos fazer como país e não é uma resposta adequada à imensa necessidade de realocação”, disse dom Mario Dorsonville, bispo auxiliar de Washington DC e presidente do Comitê de Migrações do Episcopado dos Estados Unidos (USCCB).
"As terríveis circunstâncias que os refugiados e asilados enfrentam têm sido de particular preocupação para a Igreja Católica", acrescentou.
Na sexta-feira, 16 de abril, o governo Biden anunciou que não aumentará o limite de admissões de refugiados para o resto do ano fiscal de 2021. O limite atual de 15 mil refugiados é o mais baixo já registrado.
Os Estados Unidos aceitaram 2.050 refugiados no atual ano fiscal, segundo o Comitê Internacional de Resgate. Em fevereiro, o presidente Biden prometeu aumentar o limite de refugiados para 62.500. Na celebração do 40º aniversário dos Serviços Jesuítas para Refugiados em novembro, Biden prometeu eventualmente elevar o limite para 125 mil.
Atualmente, o limite de admissão de refugiados é de 15 mil, estabelecido pelo governo do ex-presidente Donald Trump. Este último reduziu progressivamente o limite de admissão de refugiados em cada ano de governo.
Na noite de sexta-feira, a Casa Branca disse que aumentaria o limite de refugiados em maio.
"Devido ao estado do programa de admissão de refugiados que herdamos, e às cargas sobre o Escritório para a Realocação de Refugiados, seu objetivo inicial [de Biden], de 62,5 mil, parece pouco provável", afirmou a Casa Branca na "Determinação Presidencial de Emergência sobre Admissões de Refugiados para o ano fiscal 2021”.
A Casa Branca também indicou que permitiria que os refugiados fossem para os Estados Unidos de regiões antes vetadas. Está previsto que os voos destas regiões comecem em alguns dias.
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"Assim que isso for feito, esperamos que o presidente estabeleça um limite máximo de refugiados para o restante deste ano fiscal antes de 15 de maio", declarou a Casa Branca.
Dom Dorsonville expressou o desejo da USCCB de que o governo finalmente aumente o limite de refugiados para 125 mil.
“Dado o número sem precedentes de famílias de refugiados que procuram novos lares depois de serem perseguidas por motivos religiosos, políticos e de outros tipos, apreciamos que o programa de admissão de refugiados dos Estados Unidos oferecerá aos refugiados previamente excluídos a oportunidade de realocação no país”, afirmou dom Dorsonville.
De acordo com a agência de refugiados da ONU (ACNUR), o número de pessoas deslocadas à força era de quase 80 milhões no final de 2019; 26 milhões deles eram refugiados.
“O trabalho dos bispos católicos dos Estados Unidos para ajudar e defender os imigrantes e refugiados se baseia no reconhecimento de que cada pessoa foi criada à imagem de Deus e deve ser valorizada, protegida e respeitada pela dignidade inerente que possui”, concluiu dom Dorsonville.
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— ACI Digital (@acidigital) April 19, 2021