O Papa Francisco lamentou o recente naufrágio no Mar Mediterrâneo que causou a morte de 130 pessoas. O papa pediu aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro para rezar em silêncio por eles e por aqueles que podem ajudar “mas preferem olhar para o outro lado”.

Foi o que disse o Santo Padre no dia 25 de abril, após a oração do Regina Coeli neste quarto domingo de Páscoa.

“Confesso que estou muito entristecido com a tragédia que ocorreu mais uma vez nos últimos dias no Mediterrâneo. Cento e trinta migrantes morreram no mar. São pessoas, são vidas humanas, que durante dois dias inteiros imploraram em vão por ajuda, ajuda que não chegou”, lamentou o Papa.

Por isso, o Santo Padre acrescentou "irmãos e irmãs, interroguemo-nos todos sobre mais esta tragédia" e afirmou que "é o momento da vergonha".

“Rezemos por esses irmãos e irmãs, e por tantos que continuam a morrer nestas viagens dramáticas. Rezemos também por aqueles que podem ajudar, mas que preferem olhar para o outro lado. Rezemos em silêncio por eles”, convidou o Papa enquanto permaneceu em silêncio orante diante de centenas de fiéis reunidos na Praça de São Pedro para rezar o Regina Coeli.

A tragédia ocorreu a poucos quilômetros da costa da Líbia. Diante do ocorrido. Segundo dados oficiais, desde o início de 2021, pelo menos 356 pessoas morreram no Mediterrâneo. Com este naufrágio, somam-se ao menos mais 130 pessoas.

Em 8 de julho de 2013, o Papa Francisco fez sua primeira viagem fora de Roma para a ilha siciliana de Lampedusa, onde denunciou a “globalização da indiferença” porque diante de tragédias como essas “ninguém no mundo hoje se sente responsável por isso”.

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Naquela visita histórica, o Santo Padre voou pela manhã para a ilha italiana e, assim que chegou, subiu em um barco para chegar ao porto de Lampedusa acompanhado por barcos de pescadores da ilha. Durante o trajeto, jogou uma coroa de flores no mar em memória dos migrantes mortos no Mediterrâneo e, quando chegou, cumprimentou pessoalmente cerca de cinquenta imigrantes que estavam em centros de acolhida em Lampedusa.

Na homilia da Missa celebrada no local, o Papa lamentou: “Perdemos o sentido da responsabilidade fraterna; caímos na atitude hipócrita do sacerdote e do levita de que falava Jesus na parábola do Bom Samaritano”.

“Ao vermos o irmão quase morto na beira da estrada, talvez pensemos «coitado» e prosseguimos o nosso caminho, não é dever nosso; e isto basta para nos tranquilizarmos, para sentirmos a consciência em ordem”, destacou Francisco na ocasião.

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