Nesta tarde foi apresentada a "Relatio post disceptationem" (Relação posterior à discussão) elaborada pelo Relator Geral do Sínodo dos Bispos, Cardeal Angelo Scola. O texto resume as intervenções dos participantes nestes dez dias de trabalho e de acordo a elas expõe 17 perguntas que guiarão as próximas discussões.

O documento de 16 páginas foi apresentado na Sala do Sínodo pelo presidente delegado de volta, Cardeal Telesphore Placidus Toppo, perante os 239 padres sinodais.

Entre os temas destacados pelo texto, figuram "as objetivas dificuldades que o povo cristão encontra em nossos dias em acreditar e celebrar a Eucaristia, imersa em uma cultura secularizada"; a escassez de sacerdotes e a ordenação de sacerdotes casados, que muitos padres sinodais "consideram não é o caminho justo".

O Cardeal Scola também abordou "a necessária coerência entre as decisões políticas com a participação à Comunhão sacramental"; a dimensão social da ação eucarística; o tema da "inter-comunhão", quer dizer a possibilidade de que fiéis de outras religiões cristãs comunguem durante a Eucaristia; a necessidade de potencializar a catequese; ajudar os fiéis a redescobrir o domingo; uma melhor preparação dos sacerdotes; e a transmissão de Missas pela televisão que em condições normais não substitui a Missa dominical para os fiéis a menos que exista uma doença ou incapacidade.

As 17 questões que se desprendem destes temas e guiarão as discussões dos círculos menores são:

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· Como educar o povo cristão a compreender a Eucaristia?

· Como ajudar o povo cristão descobrir a relação entre Eucaristia e vida cotidiana?

· Como ajudar a resolver o problema da escassez de sacerdotes e que estrutura devem ter as assembléias litúrgicas dominicais em espera deles?

· Como ajudar o povo cristão a promover a adoração eucarística?.

· Como a Eucaristia e a eclesiologia que deriva podem ser o princípio e forma para agir em importantes aspectos da vida eclesiástica?

· Como recuperar a integridade da iniciação cristã em crianças, jovens e adultos?

· Como promover uma acolhida pastoral de comunhão aos que vivem em situações irregulares como amasiados, divorciados, batizados e casados civilmente?

· Como educar o povo dos fiéis na centralidade da celebração eucarística dominical?

· Que critérios usar para ordenar as numerosas celebrações eucarísticas por parte das pequenas comunidades dentro da mesma comunidade paroquial?

· Como a celebração eucarística pode ser vivida pelos doentes e os idosos?

· Como ensinamos aos fiéis o elo entre Eucaristia e missão?

· Como nossas celebrações podem educar à responsabilidade social dos fiéis?

· Como educar o povo cristão na dimensão cosmológica da Eucaristia?

· Como educar o povo cristão a uma participação plena e consciente da Eucaristia?

· Que critérios de caráter geral e em particular sugere o uso da arte e da arquitetura a serviço da beleza da liturgia?

· Considera-se oportuno revisar algum aspecto do rito romano?

· Quais são os critérios para uma correta inter-inculturação da litúrgica?

No documento, o Cardeal Scola esclarece que não fez uma síntese "mas um contraste das intervenções, também devido à vastidão dos temas tratados e às sensibilidades postas em jogo".

A Relação consta de duas partes: "Educar o Povo de Deus na fé na Eucaristia", subdividida em cinco capítulos; e "A ação eucarística", que consta de quatro capítulos.

Na Conclusão, que precede as Questões para os Círculos Menores com as que se fecha a Relação, o Cardeal Scola afirma que "o trabalho que espera agora todos os padres sinodais constitui a parte mais delicada, das quais surgirão as ‘Propostas’ que ofereceremos ao discernimento próprio do carisma do Sucessor do Pedro" para o documento final.