NAIROBI, 28 de abr de 2021 às 13:00
Doze pessoas, entre elas três clérigos católicos, foram presas como suspeitas do ataque ao bispo eleito da diocese de Rumbek, no Sudão do Sul, padre Christian Carlassare.
Na noite de 25 de abril, desconhecidos balearam o padre Carlassare, que estava em seu quarto no prédio onde moram os sacerdotes da catedral da Sagrada Família da diocese de Rumbek.
Padre Carlassare, um missionário comboniano de 43 anos, foi baleado nas pernas e levado para um centro de saúde em Rumbek para atendimento imediato. Em seguida, foi transferido para Nairóbi, capital do Quênia, para tratamento especializado.
Fontes locais disseram à ACI Africa, serviço em inglês para o continente africano do grupo ACI, que três membros do clero da diocese de Rumbek estão entre os presos na investigação do ataque ao padre Carlassare.
Uma das fontes disse que os seguranças encarregados da investigação do caso estão analisando um celular encontrado na cena do crime.
“Quando os dois homens atiraram no bispo eleito, um deles deixou cair o telefone. É esse telefone que a segurança usou para localizar os suspeitos”, disse a fonte.
Os 12 suspeitos presos, entre eles "importantes leigos da diocese", foram detidos por sua ligação com a "prova física do telefone celular encontrado no local onde o bispo eleito foi baleado", acrescentou.
As prisões dos suspeitos obedecem à ordem do Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, que pediu uma "investigação rápida do atentado que leve à captura dos criminosos que cometeram este crime".
Em sua declaração de 16 de abril, o presidente afirmou que a notícia do ataque ao padre Carlassare o deixou consternado e destacou que este “ato de violência” é inaceitável.
"Se aqueles que cometeram este ato vergonhoso o fizeram para intimidar a Igreja, eles estão lamentavelmente enganados", disse Kiir. Padre Carlassare “foi eleito para liderar e as autoridades do Lake State o apoiarão e não permitirão que a ação de uns poucos criminosos condicione os projetos da autoridade eclesiástica”, acrescentou.
“Oro para que Deus fortaleça a fé do padre Carlassare no serviço ao nosso povo e que ele possa retornar ao seu rebanho com uma determinação renovada de servir os fiéis da diocese. Desejo-lhe uma recuperação rápida”, disse.
O vice-governador do estado de Lake, Poth Madit, confirmou à ACI África que algumas pessoas foram detidas e que esperam ter informações substanciais sobre o caso em breve.
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Madit qualificou o ataque ao bispo eleito de "incidente isolado" cometido por um grupo de criminosos cuja rede já foi identificada e ressaltou que atualmente estão interrogando algumas pessoas na Igreja.
Em uma declaração de 26 de abril, a liderança da Comissão de Direitos Humanos do Sudão do Sul (SSHRC) condenou o ataque ao padre Carlassare e disse que o bispo eleito era o "único alvo do ataque".
“A Comissão condena este ato de barbárie nos termos mais enérgicos possíveis e pede tanto ao Estado como ao Governo Nacional a instituição de uma comissão de investigação para realizar uma investigação exaustiva a fim de encontrar os culpados”, lê-se na declaração.
Além disso, pediu aos fiéis que mantenham a calma e lembrou que, como instituição, "acompanharão de perto a investigação".
Antes de partir para o hospital no Quênia, padre Carlassare exortou os fiéis a perdoarem os autores do ataque e pediu orações pela diocese.
“Rezem por mim e rezemos todos pela diocese de Rumbek para que Deus tenha misericórdia de nós”, pediu. “Devemos também perdoar aqueles que cometeram esse tipo de ação”, acrescentou.
O bispo eleito encorajou a estar “unidos na oração” e na confiança no Senhor e agradeceu “aos médicos, sacerdotes e povo da Igreja por estarem comigo durante este momento de sofrimento”.
Do mesmo modo, assegurou aos missionários combonianos que está bem e pediu que rezem “especialmente pelo povo de Rumbek que está sofrendo”.
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— ACI Digital (@acidigital) April 27, 2021