NÁPOLES, 3 de mai de 2021 às 12:42
O sangue de são Januário liquefez-se na tarde de domingo, 2 de maio. O sangue de São Januário, guardado em uma capela da Catedral de Nápoles, na Itália, se mantém sólido dentro de um relicário, mas se liquefaz, normalmente, três vezes por ano. Na última ocasião em que os fiéis rezaram pelo milagre de são Januário, em dezembro de 2020, o prodígio não ocorreu.
2 maggio ore 17.18: si rinnova il prodigio della liquefazione del Sangue di San Gennaro pic.twitter.com/QVB8LIeVLL
— Chiesa di Napoli (@Chiesadinapoli) May 2, 2021
O milagre ocorre usualmente no primeiro domingo de maio, no dia 19 de setembro, festa de São Januário, e no dia 16 de dezembro, em memória de um milagre realizado pela intercessão de são Januário que evitou uma catástrofe após a erupção do vulcão Vesúvio em 1631.
Os fiéis de Nápoles estavam apreensivos, já que na quarta-feira, 16 de dezembro de 2020, o sangue de São Januário não se tornou líquido e rezavam intensamente para que este ano, o prodígio ocorresse.
Devido à emergência sanitária causada pela pandemia de covid-19, não houve a tradicional procissão que congrega milhares de fiéis na tarde do sábado que antecede o primeiro domingo de maio, para acompanhar o traslado do sangue do mártir da catedral para a Igreja de Santa Clara na diocese napolitana.
A celebração ao padroeiro consistiu apenas na eucaristia na Catedral, que foi celebrada pelo arcebispo Dom Domenico Battaglia e contou com 200 pessoas por causa das normas de segurança sanitária. O evento foi transmitido pela televisão e pela internet.
No domingo às 17h18 (13h18 horário de Brasília) a diocese napolitana anunciou que o milagre ocorrera e postou um vídeo nas suas redes sociais.
“Como discípulos do Senhor ressuscitado, aprendamos a ler juntos, sem medos anacrônicos, os poderosos 'sinais' que este sangue nos mostra e a trilhar junto com os mártires de todos os lugares e de todas as épocas, pelos caminhos do Evangelho, sendo testemunhas de uma fidelidade a Deus que se torna crível pelo serviço sem reservas", disse em sua homilia, o arcebispo de Nápoles.
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Dom Battaglia enfatizou que o sangue do mártir São Januário “fala e está vivo, assim como a sede de justiça e a necessidade de voltarmos à 'normalidade' da proximidade, uma necessidade que a atual pandemia tornou ainda mais urgente".
São Januário, santo padroeiro de Nápoles, foi bispo de Benevento, Itália. Durante a perseguição de Diocleciano contra os cristãos, ele foi feito prisioneiro com seus companheiros e submetido a torturas, negando-se a renunciar à fé cristã. Um dia, ele e os demais prisioneiros foram atirados aos leões, mas os animais apenas rugiram sem se aproximar deles.
Acusados de usar magia, foram condenados a morrer decapitados, por volta do ano 302, perto de Pozzuoli, onde também foram enterrados.
As relíquias de São Januário foram transferidas para lugares diferentes até finalmente chegar a Nápoles em 1497.
Em 1631, o vulcão Vesúvio, que fica perto de capital napolitana e que no ano 70 da era cristã destruiu as cidades de Herculano e Pompeia, entrou em erupção. Os fiéis decidiram fazer uma procissão levando o crânio do mártir e uma ampola com seu sangue até a Igreja de Santa Catarina, em Formiello, perto do vulcão que ameaçava destruir a cidade. Imediatamente a erupção parou, a lava que corria rapidamente em direção à cidade arrefeceu e a chuva de cinzas cessou, ninguém ficou ferido.
Confira também:
Repetiu-se o milagre da liquefação de sangue de São Januário https://t.co/Yc4J1B8SY5
— ACI Digital (@acidigital) December 19, 2019