Várias dezenas de milhares de crianças de todas partes do mundo que acabam de receber a Primeira Comunhão se encontraram no sábado  com o Papa Bento XVI na Praça de São Pedro em um encontro festivo onde lhe manifestaram seu carinho e tiveram um emotivo e profundo diálogo. 

Depois que o Santo Padre chegou de carro na Praça e deu várias voltas cumprimentando os pequenos, enquanto um coro de 300 deles entoava o “Aleluia”, um menino de dez anos, Emanuele Roccasalvo, deu-lhe as boas-vindas: “Em nome de todas as criaças quero te dar um forte abraço e te dizer junto a todos: Te amamos!!”.

O evento multitudinário, segundo os jornais locais, reuniu a 150 mil pessoas entre crianças, catequistas, familiares e peregrinos.

O Papa, rodeado de crianças, escutou o testemunho de alguns adultos sobre o dia da Primeira Comunhão e deu uma breve catequese seguindo as perguntas que lhe formularam alguns pequenos.

Em seu discurso breve, Bento XVI recordou que o dia de sua Primeira Comunhão “foi um bonito domingo de maio de 1936; uma jornada de sol, com muita música e coisas belas”. Lá, recordou o Papa, começou "uma amizade de toda a vida com o Jesus".

“Fomos 35 meninos e meninas, mas no centro de minhas lembranças está o encontro com Cristo; a emoção que senti quando compreendi que Ele tinha entrado no meu coração”, explicou o Papa.

Logo, as crianças perguntaram ao Santo Padre por que se deve ir a Missa aos domingos, por que confessar-se freqüentemente ainda quando os pecados sejam sempre os mesmos ou o que significam para os cristãos as palavras de Jesus: ‘Eu sou o Pão de vida’”. Sorridente e enternecido, o Papa explicou às crianças o significado dos ritos e a interpretação das palavras de Jesus.

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“Não é necessário confessar-se cada vez que se comunga”, a menos que se tenha cometido “um pecado grave”, disse o Pontífice, acrescentando que, porém, “é muito útil” fazê-lo “com uma certa regularidade para ter nossa alma limpa”.

Quando Jesus se proclama “Pão de vida”, queria dizer que assim como “temos necessidade de nos nutrir para viver, também o espírito, a alma, tem necessidade de nutrir-se para que possa amadurecer, para que possa realmente chegar à sua plenitude”, disse o Papa ante uma multidão muito atenta.

Um dos pequenos lhe perguntou ao Papa que tinham lhe dito que Cristo realmente estava presente na Eucaristia. "Mas como é isso? Eu não o vejo", pergunto-lhe o menino, e o Papa sorriu.

"Não o vemos, mas há muitas coisas que não vemos e existem e são essenciais. Por exemplo, não podemos ver nossos raciocínios, mas ainda assim raciocinamos. Não podemos ver nossa inteligência, mas ela está aí. Não podemos ver a corrente elétrica, mas a vemos funcionar: Vemos como funciona este microfone, vemos as luzes", explicou o Papa.

"Não vemos o Senhor ressuscitado com os nossos olhos, mas sabemos que onde está Jesus, os homens mudam, se tornam melhores, e têm mais capacidade de alcançar a paz e a reconciliação", acrescentou.

Posteriormente, o Papa pediu silêncio aos presentes e se ajoelhou diante da custódia com o Santíssimo Sacramento para orar. O ato foi seguido em silêncio e espírito de adoração por todos na praça.

Ao despedir-se das crianças, Bento XVI disse espontaneamente: “Obrigado! Obrigado por esta festa de fé; obrigado por este encontro com vocês e com Jesus. Obrigado a quantos têm feito possível esta festa, sacerdotes, irmãs, catequistas. A paz esteja convosco; o Senhor esteja convosco”.