O arcebispo de Bombaim e presidente da Conferência Episcopal da Índia, cardeal Oswald Gracias, afirmou que a Igreja se mantém na linha de frente, multiplicando os esforços para atender a emergência sanitária em meio à segunda onda da covid-19 no país.

O sistema de saúde na Índia entrou em colapso e o número de mortos aumenta drasticamente. Em 10 de maio, foram registrados 366.494 novos casos de pessoas com Covid-19 e 3.769 novas mortes. No total são mais de 22,7 milhões de infectados e mais de 246 mil mortes no país.

Em meio a esta situação, o cardeal Gracias disse a Asia News que a Igreja está "na linha de frente" atendendo pacientes com Covid-19 "sem fazer discriminações por casta ou religião", através de centros de saúde católicos e do esforço de religiosos e voluntários.

“A Igreja indiana conta com mil hospitais com 60 mil leitos em todo o país. Esses centros atendem todos, especialmente os marginalizados da sociedade”, disse Gracias. Segundo o cardeal, nos mil hospitais “trabalham mais de 50 mil religiosos, entre os quais mil médicos que estão à disposição para salvar o nosso povo”.

Os centros de saúde católicos “sempre estiveram na linha de frente”, especialmente “nas zonas rurais”, para enfrentar outras doenças como a “tuberculose, a lepra e a AIDS”, e também “para acompanhar as pessoas com deficiência”, disse o cardeal.

Sobre a necessidade urgente de medicamentos e equipamentos médicos para o tratamento da Covid-19, o cardeal Gracias disse que “também estamos prestando assistência financeira para comprar mais ventiladores e aumentar a equipe médica disponível para salvar a vida de nosso povo: estarão a serviço de todos”.

“As escolas católicas funcionarão como centros de isolamento e quarentena; nossas instituições, como centros de vacinação; e religiosos de todo o país vão lançar uma campanha para encorajar as pessoas a serem vacinadas e a colaborar com a imunização”, anunciou dom Gracias.

O Cardeal Gracias observou que em 9 de maio se reuniu com a Cáritas Índia para coordenar e diversificar a ajuda a mais pessoas em todo o país e que esta semana se encontrará virtualmente com hospitais para definir os passos para fornecer "maior assistência".

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Além disso, agradeceu o apoio da Igreja universal ao seu país em meio à crise, especialmente do papa Francisco e de muitos bispos dos Estados Unidos, da Europa e do resto da Ásia, que “me escreveram expressando sua solidariedade e seu apoio na oração neste momento”.

O cardeal disse que, em meio à dedicação da Igreja “ao serviço aos demais, é doloroso ver tantas vidas destruídas tão rapidamente”.

Gracias lamentou a morte de dois bispos, padres e religiosos devido ao coronavírus, e destacou a recente morte do arcebispo emérito de Pondicherry-Cuddalore, dom Anandarayar, “colega, companheiro e meu colaborador”; e do “jovem” bispo de Jhabua, dom Basil. Além disso, afirmou que, segundo informações, “há conventos inteiros assolados pelo vírus” no país.

Por isso, o cardeal chamou os fiéis de todo o mundo a se unirem em oração pela Índia. “O vírus ceifou a vida de pessoas que conhecemos, deixou órfãs muitas crianças que perderam seus pais. Estamos sofrendo muito e recorremos à oração”, disse e, com plena confiança em Deus, afirmou que “vamos superar essa provação”.

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