FORTALEZA, 17 de mai de 2021 às 12:16
Em uma segunda-feira após o dia das mães, em 2010, Telma Dantas recebeu uma notícia inesperada, seu filho havia cometido uma tentativa de suicídio. Devota de Nossa Senhora de Fátima, logo se colocou de joelhos para pedir a intercessão da Virgem e, com o passar do tempo, viu acontecer o milagre que transformou sua família.
Em um relato enviado à ACI Digital, Telma Dantas, de Porteiras (CE), contou que ainda hoje, ao fechar os olhos, revê a cena de seu filho George saindo de casa, por volta das 16h. “Eu o vejo saindo no portão com camisa branca e uma bermuda cinza e eu perguntei: ‘George, você vai para onde?’. Ele disse: ‘Vou só dar uma voltinha e retorno já’”.
“Quando foi 18h, um amigo de meu esposo ligou avisando que ele tinha sofrido um acidente e não explicou que tinha sido tentativa de suicídio. Achamos que era só um acidente de moto”, disse.
Segundo Telma, seu filho passou de moto por uma praça onde o vigia era amigo da família. Ele reconheceu o rapaz “e o acompanhou descendo um riacho e pegando a estrada da zona rural”. Quando chegou mais à frente, viu George pegar o revólver e atirar para cima. Em seguida, o jovem atirou no próprio ouvido. O vigia ligou imediatamente para a polícia, que pegou George e levou para o hospital. Depois, esse vigia telefonou para a família.
Após receber os primeiros atendimentos, George foi encaminhado para um hospital em Barbalha (CE), mas os médicos não deixaram o marido de Telma acompanhar o filho, porque achavam que não havia chance de o jovem sobreviver.
“Quando me ligaram dizendo que tinha ido para Barbalha, eu me ajoelhei aqui na minha casa e pedi. Ainda hoje me recordo da força e da fé com que pedi pela saúde de meu filho, que Nossa Senhora intercedesse por ele e não permitisse que eu perdesse meu filho. Levantei-me e quando ia saindo, me deu uma sensação tão boa, um alívio”, recordou Telma.
Segundo ela, seu filho ficou 42 dias na UTI, “sem perspectivas de nada”. “Quando os médicos davam o boletim, eram conscientes dizendo que pela medicina não tinha como dizer que ele iria melhorar e que só um milagre mesmo para salvá-lo”. Foi o que, “de fato, aconteceu”, diz Telma.
A mãe conta que, sempre que telefonava para seu marido para perguntar sobre George, mesmo com o jovem entubado e sem se mexer, “ele dizia: ‘está bem’. Era uma fé impressionante”.
Somou-se a essa fé da família uma grande corrente de oração que envolveu toda a cidade de Porteiras. “Depois, até o padre me disse que o povo de Porteiras estava precisando de uma sacudida dessas para aumentar a fé”, disse.
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Após 40 dias, George começou a mexer os dedos e a acordar. Sua mãe recordou que, quando ele acordou, “os médicos avaliaram e disseram que não ia andar, não sustentava o pescoço, não ia falar, que teríamos que fazer fisioterapia para dar um conforto de vida para ele. Mas, eu e meu esposo sempre dizíamos que ele ia fazer tudo que fazia antes”.
Desse modo, foram para Fortaleza (CE), onde o rapaz recebeu um tratamento em uma clínica. “Ele não andava, não falava”, mas “foi feito tudo o que era preciso e as coisa iam fluindo, para a glória de Deus”. “Tudo o que se pensava em fazer para ele dava certo. Começou a falar: mamãe, papai. Nós o ensinamos a caminhar, igual quando era bebê. Aconteceu um milagre e todos os médicos e amigos estão aí para provar que realmente foi um milagre”, disse e lembrou que, após seu filho receber alta, em Fortaleza, “o primeiro lugar que fomos foi a igreja de Nossa Senhora de Fátima”.
Telma afirmou que essa experiência após o acidente de George transformou sua família e também a cidade, onde fundaram um grupo de terço dos homens. “Passamos duas semanas indo de casa em casa convidando as pessoas para rezar o terço. Quando marcamos o dia, chegaram três pessoas, numa segunda-feira, 19h. Na outra semana, vieram quatro. Só sei que terminou com o bairro todo rezando o terço”.
“Também fomos a Missão Velha (CE), para a Igreja de Mãe Rainha, para pagar promessa que amigos fizeram por nós. Fomos para Fortaleza, pagar promessa a Nossa Senhora de Lourdes, em uma caminhada que teve na avenida Beira Mar. Fomos para a zona rural aqui no distrito. Começou a crescer ainda mais nossa fé e caminhada”, contou.
Segundo o site da Diocese do Crato (CE), em dezembro de 2011, Telma e uma cunhada começaram a realizar a “Caminhada da Fé”, percorrendo cerca de 20 quilômetros entre as igrejas de Brejo Santo e Porteiras, que passou a acontecer todo dia 8 de dezembro, solenidade da Imaculada Conceição. Até antes da pandemia de covid-19, a caminhada já reunia mais de 300 pessoas.
Atualmente, segundo Telma, seu filho George está bem, casado e tem um filho. “Até hoje, sentimos que temos a obrigação de divulgar esse milagre”, afirmou.
Confira também:
Menina de 8 anos que sobreviveu a um acidente é testemunho de fé na adversidade https://t.co/WW5WWcOLVy
— ACI Digital (@acidigital) July 8, 2020