O ordinário militar do Peru, Dom Juan Carlos Vera Plascencia, pediu a Deus que libertasse o país da ameaça do comunismo. A nota foi feita pelo bispo peruano como uma opinião pessoal e informal, publicada nas redes sociais e no site da Federação de Jornalistas do Peru, em 17 de maio.

ACI Prensa consultou uma autoridade militar que confirmou que se tratava de um comentário informal, mas o bispo Vera aceitou que a declaração fosse divulgada, considerando as circunstâncias extremas que o Peru atravessa.

“Acredito que não podemos e nem devemos homenagear um comunista. Estaríamos assim sendo cúmplices da tragédia vivida com os grupos terroristas Sendero Luminoso e MRTA”, disse o bispo em seu comentário pessoal.

Dom Vera fez seu comentário diante da situação eleitoral do Peru. No dia 6 de junho, será realizado o segundo turno das eleições que definirão o próximo presidente do país.

Segundo a última pesquisa de intenção de voto da Ipsos, Pedro Castillo, candidato do partido comunista Perú Libre, teria 51,1% dos votos válidos. Castillo liderou a greve dos professores de 2017, que deixou os alunos das escolas públicas sem aulas por meses.

A candidata oponente de Castillo é de direita e se chama Keiko Fujimori, do Partido Fuerza Popular. Investigada por suposta lavagem de dinheiro, Keiko Fujimori teria 48,9% dos votos válidos, segundo a Ipsos, com 14,7% de votos nulos ou em branco.

“Eu sei o que é o Sendero. Vivi em Puquio, Ayacucho, de 1987 a 1990. Vi como eles matavam sem piedade as pessoas dos povoados, com pedras na cabeça... em uma emboscada, dinamitaram a 10 jovens do Exército. Meu Deus! Que tempos eu vivi, recolhendo os pedaços dos corpos dos jovens soldados peruanos”, afirmou o bispo.

Depois, dom Vera lembrou algo que ocorreu em 1988, quando foi ordenado sacerdote. “O Sendero Luminoso quase me matou. O povo me abraçou antes do tiroteio e aquilo me salvou. A Igreja sempre esteve lá presente, através dos sacerdotes, e nunca foi embora de lá. Ficamos por decisão própria, porque o povo precisava de um acompanhamento espiritual”.

No comentário pessoal e informal, dom Vera afirmou que “esta situação traz a lembrança de todo o meu passado. Keiko é a única opção. Ela terá a oportunidade de reparar o passado, como Alan García o fez em seu momento, e acredito que ela lutará por um Peru livre e independente. Castillo não! Porque tirará as opções de liberdade dos peruanos e seremos submetidos, como Cuba, Bolívia e Venezuela. Seremos terra de ninguém e um campo de batalha comunista”.

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“Nossa pátria corre um grande risco de perder a sua identidade e, principalmente, a sua religiosidade católica. Peçamos ao Senhor dos Milagres e à Bem-aventurada Virgem das Mercês que nos livre do comunismo”, conclui o Ordinário Militar em seu comentário pessoal.

Há poucos dias, Castillo desafiou Fujimori para um debate que seria realizado na prisão feminina de Santa Mônica, onde a candidata foi mantida em prisão preventiva por mais de um ano.

Fujimori aceitou o desafio e propôs que o debate ocorresse no sábado, 15 de maio, às 15h00. No entanto, Castillo, ignorando a sua própria proposta, disse que não compareceria ao debate e não compareceu mesmo.

Castillo preferiu visitar a rua Gamarra, um empório de negócios localizado no distrito de La Victoria, enquanto Keiko Fujimori esperava por ele do lado de fora da prisão feminina. Como Castillo não apareceu, a candidata realizou um comício diante das pessoas que estavam presentes.

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