O Secretário de Estado cardeal Pietro Parolin, disse nesta terça-feira que a Santa Sé está empenhada em fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que o conflito Israel-Gaza chegue ao fim. "Este conflito está trazendo destruição e morte", disse Parolin a jornalistas em Roma.

Parolin disse que a Santa Sé está preocupada com o fato de que os esforços internacionais para alcançar um cessar-fogo não estão sendo bem sucedidos. A diplomacia da Igreja deseja "fazer tudo o que estiver ao seu alcance para pôr fim ao conflito".

Parolin disse não ver a Santa Sé como "mediador, no sentido técnico da palavra".

"É necessário que qualquer ação, qualquer iniciativa de boa vontade, conduza a um cessar-fogo. As negociações diretas devem ser retomadas entre as duas partes, de modo a pôr fim neste antigo conflito e alcançar uma solução", disse. "A solução deve estar de acordo com a solução de dois Estados, o que permitirá a cada um deles viver em paz". A solução de dois estados um árabe e um judeu no que era um protetorado britânico, foi proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1948 como. Os judeus imediatamente a aceitaram e declararam a independência de Israel. Os países árabes não aceitaram e houve três guerras, em 1948, 1967 e 1973, entre Israel e seus vizinhos árabes: Egito, Síria e Jordânia. Hoje Egito e Jordânia reconhecem Israel. Desde a década de 1960, organizações palestinas combatem Israel. Em 1993, a Organização para Libertação da Palestina (OLP), a principal delas, reconheceu o Estado de Israel e, em contrapartida, passou a administrar territórios na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, na costa do Mediterrâneo. Em 2007, o grupo radical islâmico Hamas tomou o o poder em Gaza. O Hamas ainda defende a destruição do Estado de Israel.

Parolin fez seus comentários no lançamento de um livro na Embaixada de Itália junto a Santa Sé. O livro é uma biografia do italiano Mario Agnes, ex-presidente da Ação Católica e editor-chefe de L'Osservatore Romano, jornal oficial da Santa Sé, de 1984 até à sua aposentadoria em 2007.

Parolin disse que o papa Francisco discutirá o conflito entre Israel e Palestina com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, neste sábado, 22 de maio.

No início desta semana, o Papa também abordou o conflito em uma conversa telefônica com o Presidente turco Recep Tayyip Erdoğan e com o Ministro de Assuntos Externos do Irã Mohammad Javad Zarif.

Após o seu discurso Regina Coeli, no domingo, 16 de maio, o Papa Francisco apelou ao fim da violência.

"Muitas pessoas foram feridas e muitas pessoas inocentes morreram. Entre elas estão até mesmo crianças, e isto é terrível e inaceitável", disse o papa.

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O patriarca latino de Jerusalém, por sua parte, pediu aos católicos de todo o mundo que rezassem pela "paz e justiça" na Terra Santa, quando o conflito entrou na sua segunda semana.

Dom Pierbattista Pizzaballa disse: "É importante que toda a Igreja se junte à Igreja mãe de Jerusalém na oração de intercessão pela paz e justiça na Terra Santa", disse o patriarca.

A atual crise começou no último 6 de maio com protestos palestinos contra uma decisão a ser tomada pela Suprema Corte de Israel sobre o despejo de seis famílias palestinas do bairro Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental. Os protestos levaram a confrontos com a polícia israelense.

Em seguida, o Hamas disparou foguetes contra Israel, provocando ataques por parte das Forças de Defesa israelenses.

Até o momento o conflito causou a morte de mais de 220 pessoas, entre elas 62 crianças.

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