La Valleta, 20 de mai de 2021 às 13:01
O presidente de Malta, George Vella, disse que prefere renunciar ao cargo a promulgar uma lei que descriminalize o aborto no país. Vella, que é médico e preside Malta desde 2019, fez o comentário à agencia NETnews nesta segunda-feira, 17 de maio.
"Jamais assinarei um projeto de lei que envolva a autorização de assassinato", disse Vella. "Não posso impedir o executivo de decidir, isso depende do parlamento. Mas eu tenho a liberdade de, caso não concorde com um projeto de lei, renunciar e ir para casa, e não teria nenhum problema em fazer isso".
A República de Malta é um arquipélago no Mediterrâneo com população de meio milhão de pessoas. Mais de 90% dos habitantes são batizados na Igreja Católica
A declaração de Vella se refere ao projeto de lei apresentado no dia 12 de maio ao parlamento pela deputada independente Marlene Farrugia que descriminaliza o aborto. O projeto propõe a remoção de três artigos do código penal de Malta, que comina pena de até três anos de prisão a quem busque ou ajude a realizar um aborto.
Respondendo se achava que havia casos em que o aborto deveria ser permitido, o presidente de 79 anos disse: "Ou você matou ou não matou, não pode haver meia morte. Eu sou muito claro, neste caso não há "e se..." nem "mas..."".
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Os dois principais partidos de Malta declararam sua oposição ao projeto de lei. O Partido Trabalhista se disse aberto a discutir a descriminalização, mas não queria submeter o assunto a votação parlamentar. O Partido Nacionalista disse que jamais favoreceria a descriminalização porque defende o direito à vida desde a concepção até a morte.
O arcebispo de Malta, Charles Scicluna, disse em 13 de maio que a descriminalização do aborto seria um retrocesso. "O ventre de uma mãe é algo querido e sagrado, é lá que a vida humana pode crescer". Rezemos para que o útero continue sendo um lugar de vida, não um lugar onde a matança aconteça", disse o bispo ao jornal Times of Malta.
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— ACI Digital (@acidigital) May 20, 2021