A fim de atender às necessidades de famílias que estão enfrentado o desemprego e a fome em Manaus (AM), os Frades Menores Capuchinhos do Amazonas e Roraima recorreram à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) para um projeto de doação de cestas básicas por um período de 7 meses.

“Nesse momento histórico e terrível da pandemia, a fome grita! Temos várias famílias que não se sustentam na periferia e Manaus. Várias vieram do interior com a esperança de encontrar o sustento na cidade, mas encontraram a fome e o desemprego. Para piorar, não têm mais a roça para poder tirar o seu sustento e nem o rio para pescar o peixe”, disse frei Paolo Maria Braghini.

Os capuchinhos trabalham no centro de Manaus “com as paróquias que desenvolvem várias atividades. Cuidamos de moradores de rua, trabalhamos com a parte espiritual, as confissões, e com leigos também em vários pontos da cidade”, contou o frei.

Para este projeto das cestas básicas em parceria com a ACN, frei Paolo disse que escolheram, “entre tantas necessidades, algumas localidades na periferia” e selecionaram “as famílias juntamente com os líderes das comunidades”. “Foram escolhidos os mais necessitados: famílias numerosas e muito carentes, muitas viúvas, doentes tuberculosos e pessoas desempregadas que dificilmente terão uma oportunidade nesta vida”, afirmou.

Junto com as cestas básicas, os capuchinhos entregam algumas sementes para incentivar um cultivo doméstico, mesmo que em vasos. “Incentivamos o cultivo de animais como galinhas. Queremos tirar a mentalidade só de receber. Quando for possível, as pessoas devem fazer algo para sair dessa situação”, disse frei Paolo.

Presença na Amazônia

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Os frades capuchinhos chegaram ao Amazonas em 1909. “Nós, frades capuchinhos, somos do Amazonas e Roraima. É importante explicar que não existe uma Amazônia, e sim muitas ‘Amazônias’ em uma só. Nós nos dividimos em várias delas. Estamos no centro histórico em Manaus e também nas periferias, que têm uma realidade bem diferente. Alguns de nós também moram em Roraima”, disse frei Paolo e acrescentou: “Trabalhamos no baixo Amazonas, município de Humaitá, com os ribeirinhos, e também trabalhamos no alto Solimões, principalmente com indígenas de várias etnias”.

O próprio frei Paolo, atualmente, está a 1,2 mil km de Manaus. “Moro em uma aldeia indígena Ticuna, formada por 72 comunidades”, contou o frei.

Frei Paolo se diz grato à ACN. “Já nos ajudaram em diversos projetos e somos infinitamente gratos, nós e o povo. Já nos ajudaram a comprar um barco para atender as comunidades ribeirinhas, nos ajudaram a comprar um carro para enfrentarmos as estradas de Roraima e Humaitá e até hoje colhemos os benefícios dessas doações. Para o povo, a nossa presença leva esperança e a palavra de Cristo”, afirmou.

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