O núncio apostólico no México, dom Franco Coppola, revelou que “houve pessoas que encobriram com malícia” os casos de abusos sexuais na Igreja Católica naquele país. “Quero pensar que também houve pessoas que encobriram sem perceber a seriedade”, disse Coppola à agência de notícias espanhola EFE.

O bispo disse ainda que “já existem processos em curso” sobre “a rede de acobertamento” de Marcial Maciel, sacerdote fundador da congregação dos Legionários de Cristo, que abusou de pelo menos 60 menores.

Os Legionários de Cristo admitiram, em dois relatórios, que foram cometidos pelo menos 170 abusos de menores por 33 sacerdotes da congregação desde a sua fundação, em 1941.

Em janeiro de 2020, dom Franco Coppola expressou seu desejo de que a Santa Sé cuide da “rede de acobertamento” na congregação dos Legionários de Cristo.

Naquela ocasião, o bispo Coppola disse à ACI Prensa que um relatório publicado pelos Legionários de Cristo em novembro de 2019 teria revelado que “houve uma série de comportamentos inadequados no governo desta congregação” no caso de abuso de meninas cometidos pelo ex-padre Fernando Martínez Suárez, quando ainda era membro dos Legionários de Cristo.

Em sua entrevista à EFE, o bispo Coppola destacou que o abuso sexual de menores “é uma tragédia terrível da qual talvez não tenhamos sido conscientes”. “Cada vez que encontro as vítimas, percebo a veracidade do que foi dito pelo papa Francisco: é um assassinato psicológico”, disse ele.

O representante do papa Francisco no México destacou que “grande parte” das dioceses mexicanas “já tem comissões para a proteção dos menores e que a conferência episcopal se encarregou de treiná-los”.

Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram

Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:

O abuso sexual de menores, ele enfatizou, “é pior do que o assassinato”.

“Acho que não havia tanta consciência do que estava acontecendo com essas pessoas. Graças a aquelas pessoas que chegaram a revelar o que lhes havia acontecido, tomamos consciência e assumimos a posição de tolerância zero que o papa tem”, disse ele.

Confira também: