Roma, 2 de jun de 2021 às 13:53
A Embaixada dos Estados Unidos junto à Santa Sé anunciou na terça-feira, 1º de junho, que vai hastear a bandeira arco-íris do movimento LGBT durante todo o mês de junho, celebrado como o “mês do orgulho LGBT” nos Estados Unidos.
"Os Estados Unidos respeitam a dignidade e a igualdade das pessoas LGBTQI+. Os direitos LGBTQI+ são direitos humanos", declarou a embaixada em sua conta de Twitter.
The U.S. Embassy to the Holy See celebrates #PrideMonth with the Pride flag on display during the month of June. The United States respects the dignity and equality of LGBTQI+ people. LGBTQI+ rights are human rights. pic.twitter.com/Xentlnr16E
— U.S. in Holy See (@USinHolySee) June 1, 2021
O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, anunciou neste ano que as embaixadas e consulados americanos em todo o mundo poderiam hastear a bandeira do "Orgulho" no mesmo mastro da bandeira americana, durante o mês de junho. A autorização para hastear a bandeira, que não era uma ordem, foi dada para marcar o dia 17 de maio, estabelecido como dia internacional contra a homofobia, a transfobia e a bifobia por ser a data em que, no ano de 1990, a Organização Mundial de Saúde, órgão da ONU, retirou o homossexualismo da lista de doenças psíquicas. A data foi criada por grupos do movimento homossexual e é promovida por vários governos e organismos internacionais como a ONU e o Parlamento Europeu.
Durante o governo Obama, de 2009 a 2016, a Embaixada dos Estados Unidos junto à Santa Sé fez postagens pró-LGBT nas redes sociais no dia internacional contra a homofobia, transfobia e bifobia e durante o mês do "Orgulho". Durante o mandato do ex-presidente Donald Trump, de 2017 a 2020, os postos diplomáticos americanos foram proibidos de hastear a bandeira arco-íris nos mastros da bandeira nacional. A bandeira do orgulho gay podia ser posta só no interior dos edifícios. Mas a embaixada junto à Santa Sé publicou em 2017 uma mensagem da então primeira-dama Ivanka Trump, que é católica, dizendo: "Estou orgulhosa de apoiar meus amigos LGBTQ e os americanos LGBTQ que deram contribuições imensas para nossa sociedade e nossa economia”.
O comunicado de Antony Blinken sobre as bandeiras "Pride", publicado pela primeira vez pela revista Foreign Policy em abril deste ano, informou que os postos diplomáticos deveriam evitar hastear a bandeira arco-íris em países que pudessem retaliar.
"O orgulho é tanto uma celebração comunitária jubilosa de visibilidade quanto uma celebração pessoal de autoestima e dignidade", disse o presidente Joe Biden, segundo presidente católico na história dos EUA, em declaração oficial para o "Mês do Orgulho Lésbico, Gay, Bissexual, Transgênero e Queer Pride, 2021", na terça-feira, 1º de junho.
Biden elogiou as decisões da Suprema Corte que reconheceram o casamento entre pessoas do mesmo sexo e estenderam a proteção federal dos direitos civis no local de trabalho à orientação sexual e à identidade de gênero.
O presidente americano pediu ao Congresso a aprovação da Lei da Igualdade, uma legislação que estabelece que a orientação sexual e a identidade de gênero, assim como a raça ou o sexo de uma pessoa, devem ser protegidos pela lei federal de direitos civis.
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A Conferência dos Bispos dos EUA (USCCB) advertiu que apesar dos objetivos do projeto de lei de combate à discriminação, este terminaria por discriminar pessoas de fé que se opõem à redefinição do casamento e do conceito de gênero.
A USCCB advertiu que o projeto de lei, ao exigir o acesso a acomodações públicas baseadas na orientação sexual ou identidade de gênero, poderia ser usado para pressionar as igrejas a "prestar serviços que violam suas crenças". As agências religiosas de adoção poderiam ser forçadas a entregar crianças a pessoas do mesmo sexo, e os abrigos para mulheres mantidos por instituições religiosas obrigados a abrigar homens biológicos identificados como transexuais femininos. Além disto, esta legislação ignorou as reivindicações de liberdade religiosa contidas na Lei de Restauração da Liberdade Religiosa, promulgada por Bill Clinton em 1993.
Bandeira errada na fachada
Bree A. Dail, correspondente em Roma do site americano de notícias Newsmax, disse em sua conta no Facebook que a “Bandeira do Orgulho" hasteada pela Embaixada dos EUA na Santa Sé “não é a bandeira do orgulho, mas a Bandeira PACE de 7 cores do arco-íris”.
O movimento PACE (paz em italiano), foi fundado na Itália em 1961 e adotou neste mesmo ano a bandeira arco-íris com 7 cores.
O artista e ativista homossexual Gilbert Baker desenhou a bandeira arco-íris do Orgulho gay para a celebração do Dia da Liberdade Gay de São Francisco em 1978. O desenho original de Baker tinha oito cores, mas a versão mais usada hoje tem seis.
“A ostentação de virtude deu errado ou a Embaixada dos EUA junto à Santa Sé uniu-se ao movimento antiguerra?”, ironizou Dail.
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— ACI Digital (@acidigital) May 28, 2021