Vaticano, 9 de jun de 2021 às 15:53
O papa Francisco destacou a importância da família na Igreja e pediu uma escuta ativa das famílias e um maior envolvimento dos leigos como sujeitos na pastoral, em vídeo que marcou o início do seminário on-line "Em que ponto estamos com a Amoris laetitia?", hoje, dia 9 de junho.
“Em meio às dificuldades causadas pela pandemia, que rompem a vida da família e sua íntima comunhão de vida e de amor, a família é hoje mais do que nunca um sinal dos tempos e a Igreja é convidada, sobretudo, a escutar ativamente as famílias e ao mesmo tempo envolvê-las como sujeitos da pastoral”, disse o papa.
O seminário acontece de 9 a 12 de junho e reúne delegados de setores de família de mais de 60 conferências episcopais e 30 movimentos internacionais. O papa agradeceu a iniciativa organizada pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, porque “representa um momento essencial de diálogo entre a Santa Sé, as conferências episcopais, os movimentos e as associações familiares”.
O papa rezou para “que o Espírito Santo o torne um evento fecundo para a Igreja, pastores e leigos juntos, para escutar as necessidades concretas das famílias e nos ajudarmos mutuamente a empreender os processos necessários para renovar o anúncio da Igreja”.
Francisco afirmou que é necessário “estimular a praticar um fecundo discernimento eclesial sobre o estilo e as finalidades da pastoral familiar na perspectiva da nova evangelização”. A exortação apostólica pós-sinodal “é o fruto de uma profunda reflexão sinodal sobre matrimônio e família e, como tal, requer um trabalho paciente de implementação e uma conversão missionária”, disse.
É preciso “cooperação, partilha de responsabilidades, capacidade de discernimento e disponibilidade para estar perto das famílias”, afirmou o papa. “É necessário deixar de lado qualquer anúncio meramente teórico e desvinculado dos problemas reais das pessoas, assim como a ideia de que a evangelização está reservada a uma elite pastoral”.
O santo padre afirmou que “cada um dos batizados ‘é agente evangelizador’. Para levar o amor de Deus às famílias e aos jovens, que construirão as famílias do amanhã, precisamos da ajuda das próprias famílias, da sua experiência concreta de vida e de comunhão”.
“Precisamos dos cônjuges ao lado dos pastores para caminhar com outras famílias, para ajudar os mais fracos, para anunciar que, mesmo nas dificuldades, Cristo se faz presente no sacramento do Matrimônio para dar ternura, paciência e esperança a todos, em toda situação de vida”, disse o papa.
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Além disso, o pontífice recordou o exemplo dos esposos Áquila e Priscila, que foram “preciosos colaboradores de São Paulo na sua missão”, e disse que “também hoje muitos casais, e mesmo famílias inteiras com seus filhos, podem se tornar testemunhas válidas para acompanhar outras famílias, criar comunidade, semear sementes de comunhão entre os povos que recebem a primeira evangelização, contribuindo de forma decisiva para o anúncio do querigma”.
Em seguida, o papa afirmou que a família é “‘Igreja doméstica’, lugar onde a presença sacramental de Cristo atua entre os cônjuges e entre os pais e os filhos” para que, “em virtude do sacramento do matrimônio, toda a família se torna, para todos os efeitos, um bem para a Igreja”.
“Os sacramentos da ordem e do matrimônio são indispensáveis para construir a Igreja como ‘família de famílias’. Poderemos ter assim uma pastoral familiar na qual se respira plenamente o espírito de comunhão eclesial”, disse o papa.
Por fim, convidou a identificar as prioridades pastorais e “as necessidades concretas de cada Igreja local e a segui-las com criatividade e zelo missionário”. Entre os desafios que mencionou estão “a preparação ao matrimônio, o acompanhamento de jovens casados, a educação, o cuidado dos idosos e a proximidade com as famílias feridas”.
“É preciso fazer um esforço especial para formar os leigos, especialmente os cônjuges e as famílias, para que compreendam melhor a importância de seu compromisso eclesial, isto é, o sentido da missão que deriva do ser cônjuges e família. Muitas famílias não estão cientes do grande dom que receberam no sacramento, sinal eficaz da presença de Cristo que acompanha cada momento das suas vidas. Quando uma família descobre plenamente esse dom, sente o desejo de compartilhá-lo com outras famílias porque a alegria do encontro com o Senhor tende a se espalhar e gerar outra comunhão; é naturalmente missionária”, concluiu o papa.
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