Curitiba, 14 de jun de 2021 às 11:49

Dom Walter Michael Ebejer, bispo emérito de União da Vitória (PR), morreu na sexta-feira, 11 de junho, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, padroeiro desta que foi sua única diocese. O bispo de 91 anos se sentiu mal no dia anterior e foi levado ao Hospital e Maternidade APMI, onde morreu por uma infecção generalizada.

“Chamado pelo Coração de Jesus justamente no dia da sua solenidade, como um ato de carinho extremo de Deus por ele, possa merecer esse servo bom e fiel entrar no repouso de Deus, conduzido pelo Imaculado Coração de Maria, cuja memória celebramos no dia do seu sepultamento”, afirmou o bispo de União da Vitória, dom Walter Jorge Pinto, durante a Missa de corpo presente no sábado, na Catedral diocesana.

Dom Walter Ebejer era religioso dominicano, natural da Ilha de Malta e veio como missionário para o Brasil em 1957. Em 1976, foi nomeado primeiro bispo da diocese de União da Vitória, da qual esteve à frente por 30 anos.

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Em sua homilia na Missa de corpo presente, dom Walter Jorge Pinto recordou a profunda ligação que o bispo emérito tinha com a diocese paranaense. “Quando o conheci pessoalmente, logo me confidenciou que nunca havia pensado em ser bispo. Seu gosto mesmo era a missão, o que o arrastou para terras brasileiras, ávido em levar o Evangelho de Jesus Cristo aos sertões de Goiás e mais tarde ao interior do Paraná e até à sua capital. Mas, feito bispo, logo mostrou seu perfil de homem valente, disposto a combater o bom combate da fé, sem esmorecer frente às dificuldades de uma diocese em seu início, extremamente parca de recursos humanos e financeiros, com tudo ainda por se fazer”, disse.

Entretanto, afirmou, “a diocese de União da Vitória se tornaria o grande amor de sua vida. Disse certa vez que era amor mesmo esponsal e que tal amor deve ser único e por toda vida. Era assim que acreditava e assim foi para ele, bispo unicamente da esposa União da Vitória, diocese para qual deu toda sua vida, da qual amava o povo, o clero, o clima, a paisagem e a cultura. Conhecia cada pedaço de seu chão, cada comunidade, as quais dizia ter visitado várias vezes ao longo dos 30 anos que por aqui passou como bispo”.

Em nota pela morte de dom Wlater Ebejer, a diocese de União da Vitória expressou os votos de “que o Deus de amor e misericórdia, que revelou sua face na figura de Seu Filho Jesus Cristo, o acolha na morada eterna, lhe dando toda a paz e graça pela vida doada à Igreja, em especial na Igreja Particular de União da Vitória”.

Por sua vez, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifestou “seu pesar” pela morte de dom Walter Ebejer e assegurou as “orações pelo descanso eterno do bispo que dedicou cerca de 70 anos à vida missionária, dos quais 64 no Brasil”.

Breve biografia

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Dom Wlater Michael Ebejer nasceu em 3 de agosto de 1929, na cidade de Dingli, na Ilha de Maltam no mar Mediterrâneo. Aos 16 anos, ingressou nos Frades Dominicados da Ordem dos Pregadores. Após fazer o noviciado, assumiu o nome de Frei Domingos. Estudou em Oxford, Inglaterra, onde também fez sua profissão religiosa perpétua e solene aos 21 anos.

Em 21 de dezembro de 1957, foi enviado ao Brasil como missionário. Atuou nas cidades de Itapirapuã, Novo Brasil, e Fazenda Nova, no interior de Goiás. Em seguida, foi transferido para o Paraná, tendo servido nas cidades de Faxinal, Ponta Grossa, Matinhos e Curitiba.

Foi nomeado bispo de União da Vitória em 3 de dezembro de 1976. Tomou posse em 6 de março de 1977, data da instalação da diocese e de sua ordenação episcopal. Adotou como lema episcopal Zelus Domus Comedit, O zelo pela casa de Deus me devorou.

Dedicou-se à formação do clero e também dos leigos. Na diocese paranaense, criou o Seminário Diocesano Rainha das Missões, em 1984, onde atuou como reitor e professor. Investiu na escola diaconal e na escola de teologia para leigos. Também foi membro fundador da Academia de Letras Vale do Iguaçu, ALVI, em União da Vitória.

Tornou-se bispo emérito em 2007, mas decidiu permanecer na diocese de União da Vitória e continuou pregando retiros, escrevendo livros e artigos. Até a sua morte, escrevia para o jornal diocesano Estrela Matutina artigos de formação sobre os documentos conciliares.

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