A Universidade Católica de Valência, na Espanha, investirá como doutor honoris causa o cardeal Robert Sarah, prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos.

O cardeal Antonio Cañizares, arcebispo de Valência e chanceler da Universidade Católica de Valência (UCV) e José Manuel Pallán Agulló, Reitor da UCV, assim como o patronato da UCV aprovaram por unanimidade a investidura do cardeal Robert Sarah como doutor honoris causa. A cerimônia será no dia 1º de julho, às 20 horas, na Faculdade de Teologia San Vicente Ferrer da UCV.

Com o título, o cardeal Sarah receberá a mais alta distinção da Universidade Católica de Valência “pelo extraordinário serviço prestado à Igreja ao longo de sua extensa trajetória nas sucessivas responsabilidades que lhe foram confiadas pelos três últimos pontífices: São João Paulo II, Bento XVI e Francisco”.

O órgão máximo da UCV reconhece ao cardeal pela “sua dedicação e empenho na promoção humana a partir da caridade, a evangelização dos povos, a pastoral e a formação sacerdotal. Da mesma forma, o cardeal Robert Sarah se destaca por sua dedicação e apoio às causas humanitárias, especialmente em suas viagens a áreas devastadas por conflitos armados e desastres naturais, e seu louvável esforço para denunciar as consequências desses conflitos, levantando sua voz em defesa dos direitos dos refugiados, portando a mensagem de esperança da Igreja por muitos lugares”.

Honoris causa significa “por motivo ou causa de honra”. As universidades entregam o doutorado honoris causa como um grau honorífico a pessoas eminentes, reconhecidas e que se destacam em suas áreas profissionais, independentemente da necessidade de um diploma prévio. Trata-se do reconhecimento dos méritos da pessoa em um campo específico. Na Espanha, o título é concedido desde 1920.

Biografia do cardeal Sarah

Robert Sarah nasceu em 15 de junho de 1945, na cidade de Ourous, na Guiné Francesa. Em 1957, aos 12 anos, ingressou no seminário menor Santo Agostinho, em Bingerville, na Costa do Marfim, onde estudou três anos.

Em 1960, quando as relações entre a recém-independente Guiné e a Costa do Marfim se tornaram tensas, ele voltou para Conakry, na Guiné, para estudar no seminário de Dixinn, até expropriação das propriedades da Igreja pelo governo, em agosto de 1961.

Depois de estudar por um tempo em casa, a Igreja procurou uma vaga para Robert Sarah e outros seminaristas em uma escola pública em Kindia, em março de 1962. As negociações permitiram a abertura de um seminário, onde Sarah obteve seu bacharelado em 1964.

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Em setembro do mesmo ano, ele foi enviado ao seminário Maior de Nancy, na França. Novamente as relações tensas, desta vez entre a Guiné e a França, fez com que Sarah interrompesse a sua formação. Em Sébikotane, no Senegal, ele pôde continuar seus estudos de teologia entre outubro de 1967 e junho de 1969.

Foi ordenado sacerdote em 20 de julho de 1969, aos 24 anos e nomeado arcebispo de Conakry em 13 de agosto de 1979, com apenas 34 anos. Recebeu a consagração episcopal em 8 de dezembro do mesmo ano.

Em 1º de outubro de 2001, o papa São João Paulo II o nomeou secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos. Em 7 de outubro de 2010, foi nomeado presidente do Pontifício Conselho “Cor Unum”. Um mês depois, o papa Bento XVI o criou cardeal.

Em 23 de novembro de 2014, foi nomeado prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Robert Sarah é um dos cardeais mais importantes da África e da Igreja universal. Ele é um forte defensor da liturgia, do direito à vida, da família e da liberdade religiosa. Participou do Sínodo dos Bispos sobre a Juventude como chefe do dicastério da Cúria Vaticana, onde defendeu a ideia de que “diluir” a doutrina moral católica no campo da sexualidade não atrairá os jovens.

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