O jornal "El Nuevo Herald" denunciou que nas últimas semanas "a perseguição e os atos de repúdio contra dissidentes e jornalistas independentes em Cuba intensificaram" mas não se pôde silenciar a reclamação de opositores e ativistas políticos.

O jornal menciona o caso do diácono Andrés Rodríguez Tejeda, vítima de um ataque quando saía de sua casa para participar da Missa da Catedral de Holguín. Segundo uma declaração do Bispo de Holguín, Dom. Héctor Peña Gómez, "na esquina os esperavam dois senhores, um deles o agrediu e insultou de maneira violenta, na presença de sua esposa e filho, ao mesmo tempo em que o agrediu várias vezes no rosto e no peito".

"Este e outros fatos que não parecem ser tão isolados, estão criando um mal-estar cada vez mais crescente entre os muitos membros das comunidades, entre os sacerdotes, os religiosos e leigos. Além disso são incontáveis as ligações de cidadãos à sede do Bispado, tentando confirmar a veracidade de tais fatos'', indicou Dom. Peña.

El Nuevo Herald também informou que o membro do Movimento Cristão Libertação, Ernesto Martínez Fonseca, sua esposa, Judith Arbesú, e duas filhas, de 8 e 10 anos, foram despejados de uma pequena casa na periferia havaneira onde viviam desde 2000.

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"O casal assinalou que dezenas de policiais e funcionários estatais participaram do despejo e alegaram que ocupavam a casa de forma ilegal", indicou o jornal.

Além disso, o dirigente opositor, Vladimiro Rocha, do Movimento Todos Unidos, denunciou que na terça-feira foi detida Niurka Brito Rivas, "que tinha previsto divulgar (à imprensa) novos elementos sobre um suposto caso de corrupção administrativa na empresa de produções lácteas de Havana".

Apesar da repressão, o artigo informa que em Camagüey, "um grupo de Damas de Branco empreendeu no domingo pela primeira vez uma caminhada silenciosa pela central rua General Gómez, em reclamação da liberdade de seus familiares presos, sob a atenta vigilância de oficiais de Segurança do Estado e a surpresa dos transeuntes, nada habituados a este tipo de manifestações".

''A todas as organizações defensoras dos direitos do homem queremos dizer que não temos medo; não fazemos mais que dizer em silêncio o que outros não se atrevem e que continuaremos assistindo à casa de Deus todos os domingos vestidas de branco para orar pela saúde de nossos familiares'', afirmou em Camagüey, Maidelín Guerra, porta-voz do grupo.

Em Havana, ao contrário, "um bando pró-castrista integrado por 30 pessoas protagonizou no domingo um ‘ato de repúdio’ frente à casa da Dama de Branco Soledad Rivas Verdecia, esposa do prisioneiro de consciência Roberto de Miranda Hernández, a quem lhe concederam uma licença por problemas de saúde".