Na quinta-feira, 8 de julho, a diocese de Valparaíso, no Chile, apresentará o livro “O problema dos abusos na Igreja”, que busca explicar as causas e as consequências da crise da Igreja no Chile, além de propor mecanismos para enfrentar abusos e seu encobrimento. A publicação reúne três anos de trabalho do Conselho de prevenção de abusos e acompanhamento de vítimas da diocese de Valparaíso, sob a direção do administrador apostólico, dom Pedro Ossandón.

Desde julho de 2018, o conselho escutou cerca de três mil participantes dos seminários de prevenção de abusos realizados na diocese. Onze especialistas de diferentes áreas apresentam um diagnóstico do que aconteceu no país. Além disso, o livro aborda a necessidade da formação permanente dos agentes pastorais, clérigos e leigos para que realizem um trabalho oportuno de contenção e acompanhamento das vítimas e tenham transparência nos casos.

A publicação também aborda os “novos códigos de conduta” dados pelo vade-mécum sobre o tratamento dos casos de abuso sexual de menores cometidos por clérigos, publicado em julho de 2020 pela Santa Sé. O livro também aborda a visão da justiça civil e dos atuais protocolos de prevenção de abusos, como o documento de Integridade no Serviço Eclesial (ISE) elaborado pelo episcopado chileno.

Em conversa com a ACI Prensa, o presidente do conselho, Walter Sánchez González, disse que a Igreja está avançando no processo de “pedir perdão pelas ofensas cometidas”.

“Acreditamos que esta igreja é mais humilde, que reconheceu suas feridas e que vai ser menos elitista, menos clericalista e menos autoritária”.

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“Este primeiro passo de pedir perdão, de poder reparar, é necessário para dar outros passos”, como a “conversão das estruturas pastorais para renovar a Igreja em todas as suas áreas. É o começo. Leigos e consagrados estamos envolvidos nisso”.

Nesse sentido, Sánchez destacou que é “necessário aprender a escutar, aprender a acompanhar, saber prevenir”, “cuidar dos ambientes sãos” e eliminar “toda ação que seja clericalista ou paternalista, porque isso faz mal à mensagem do Evangelho”. Ele afirmou que o Evangelho é “o oposto a uma mensagem abusiva, discriminadora e prepotente”.

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