LA PAZ, 21 de out de 2005 às 14:07
O porta-voz do Arcebispado da Santa Cruz de la Serra, Padre Marcial Chupinagua, pediu aos congressistas atuar com "seriedade e celeridade" para que não ponham em risco as eleições de 4 de dezembro.A nova crise política se desencadeou quando em 22 de setembro passado, o Tribunal Constitucional (TC) declarou inconstitucional o artigo 88 da Lei Eleitoral e insistiu ao Congresso a redistribuir o número de deputados que corresponde a cada província, conforme o resultado do último Censo Nacional de 2001 e ao artigo 60 da Constituição Política.
De acordo com a decisão, a Cochabamba corresponderiam duas novas deputações e a Santa Cruz quatro mais. Já em La Paz, Potosí e Oruro teriam diminuído seu número de representantes.
Enquanto os representantes de Santa Cruz, Beni, Pando, Tarija e Cochabamba exigem o cumprimento da resolução, seus pares de La Paz, Oruro e Potosí se opõem porque indicaram que a lei não pode ser retroativa e que as eleições de dezembro foram convocadas antes da decisão do TC. Indicaram que aplicá-la implica violar o artigo 33 da Constituição.
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Diante de esta situação que trouxe um conflito dentro do Congresso, o Pe. Chupinagua afirmou que aos parlamentares "corresponde a responsabilidade de demonstrar com clareza que estão empenhados em cumprir esse mandato dado pelo povo, através da eleição".
"Como representantes do povo devem levar em conta que o país já não quer seguir o caminho da incerteza", afirmou.
O sacerdote indicou que os bispos sempre estão dispostos a colaborar com a paz e a reconciliação através do diálogo, mas pediu que os congressistas atuem "com seriedade e celeridade", sem perder a calma e mantendo a confiança e a unidade.
De acordo com as últimas informações, o Presidente da Bolívia, Eduardo Rodríguez, está se reunindo com os representantes autônomos das províncias enfrentadas e os presidentes das câmaras do Congresso a fim de obter uma solução. Por não haver consenso no Parlamento, o mandatário ordenaria que em Santa Cruz aumente para dois deputados, Cochabamba um e que Potosí, La Paz e Oruro percam um representante cada um.