O arcebispo de Miami, nos Estados Unidos, dom Thomas Wenski, emitiu um comunicado solidarizando-se com o povo de Cuba e condenou a atitude repressiva do regime comunista contra os protestos massivos em toda a ilha no último domingo, 11 de julho. “As manifestações populares em toda a ilha expressaram as frustrações legítimas do povo cubano. É tragicamente lamentável que o governo cubano tenha optado por responder com ações repressivas e um discurso que ameaça com mais violência àqueles que, sob o lema de ´Pátria e Vida´ e ´Não temos medo´, buscam um futuro melhor para si mesmos e para seu país”, disse o bispo americano em 12 de julho.

Cerca de um 1,36 milhão de cubanos moram nos EUA segundo o censo americano. Muitos são exildos e moram em Little Havana, bairro cubano de Miami.

Em seu comunicado, dom Wenski lembrou que, “além da pandemia da covid-19 que afeta Cuba”, a ilha sofre uma série de privações como a “falta de liberdades, alimentos e perspectivas de futuro”. Segundo o arcebispo, essas foram as causas da explosão social. Ewenski lembrou a visita de São João Paulo II a Cuba em 1998 e da exortação que fez então aos cubanos, “especialmente os seus jovens, a serem protagonistas do seu futuro”.

“A falta de liberdades fundamentais, a marginalização e exclusão daqueles que discordam da linha partidária”, frustram o sonho de José Martí, apóstolo da independência cubana, de uma Cuba ´com todos e para o bem de todos´”, afirmou dom Wenski.

O arcebispo de Miami disse que “hoje os cubanos e os que não somos cubanos somos muito conscientes dos sofrimentos da nação cubana e sentimos nosso dever de ajudar, através de qualquer gesto possível de solidariedade efetiva e com nossas orações”.

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“A Jesus por Maria, a caridade nos une. Maria Santíssima, Nossa Senhora da Caridade, ouça as orações do seu povo e acelere para Cuba a hora da sua reconciliação na verdade, acompanhada da liberdade e da justiça. Que, por intercessão da ´Virgem Mambisa´, o povo cubano descubra como atravessar esse caminho estreito entre o medo, que cede ao mal, e a violência, que sob a ilusão de combater o mal, só o piora. Virgem da Caridade, cobre-nos com o seu manto”, concluiu dom Wenski.

Cerca de 50 localidades, incluindo cidades importantes como Havana, Camagüey e Santiago de Cuba, registraram manifestações populares no último domingo pedindo mudanças após meses de escassez de alimentos, remédios e o colapso dos hospitais devido à pandemia do coronavírus.

Segundo a mídia internacional, os protestos começaram na cidade de San Antonio de los Baños, na província de Artemisa, oeste de Cuba. Logo, as marchas se estenderam pelo país.

As manifestações foram divulgadas nas redes sociais, mas o governo busca evitar que mais vídeos sejam compartilhados e fez cortes no serviço de internet. 

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