BOGOTÁ, 21 de out de 2005 às 14:37
Em uma coluna de opinião intitulada "pela fresta", publicada pelo jornal El Tiempo, o Ex-Vice Ministro da Justiça da Colômbia, Rafael Nieto Loaiza, denunciou a falsidade e quão ilógicas são as estatísticas com as que os abortistas do país pretendem sustentar o projeto de legalização do aborto.Referindo-se à entrevista que concedeu no domingo a Primeira Dama da Nação, Lina Morena de Uribe, a este mesmo jornal, Nieto Loaiza explicou que tanto os números dados por ela como os argumentos para fazer uma mudança constitucional, não têm base real na situação do país e "há alguns pontos que não foram suficientemente esclarecidos".
"O primeiro é que o processo perante a Corte Constitucional visa a despenalização geral do aborto, e só subsidiariamente a referida aos casos de risco para a vida e a saúde da mãe, gravidez por violação e má formação fetal", indicou.
Esclareceu que dizer que na Colômbia há 400 mil abortos ao ano, "não tem nenhum sustento" e ilustrou que na Espanha, onde está legalizado, foram registrados 80 mil abortos para 2002", por isso "não há razão nenhuma para pensar que na Colômbia, onde é penalizado, a sociedade é mais conservadora", e onde a raiz, "cristã é mais profunda, ocorra 600 por cento mais abortos que na Pátria Mãe".
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"De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a cada ano 68 mil mulheres deixam a vida em todo mundo devido a abortos ‘de risco’. Algo menos da metade deles tem lugar na Índia, país onde o aborto está legalizado. Assim o número de mortes por aborto na Colômbia deveria ser muitíssimo menor do que se especula", manifestou o Ex-Vice Ministro.
Nieto Loaiza acrescentou que "a despenalização do aborto não reduz as taxas da mortalidade materna" nem reduz o número de casos. Na Irlanda, por exemplo, onde o aborto é proibido, existe uma taxa de mortalidade muito baixa, cerca de quatro vezes inferior à dos Estados Unidos onde pelo contrário, sim está permitido, apresentando um aumento de "menos de 200 mil em 1973, o ano da famosa sentença de Roe versus Wae, que legalizou o aborto, a 1 milhão e médio em 1991".
Segundo estes dados, o colunista acrescentou que "a legalização aumenta o número de abortos e com eles o risco para a saúde das mulheres. Sem falar, claro, da morte de milhares de criaturas que estão por nascer".
Finalmente, referiu-se às considerações do Ministro de Proteção Social, Diego Palácio Betancourt, explicando que se as considerações para legalizar o aborto se apóiam em que este é um problema de saúde pública, "a conclusão não é clara" porque "o que reduz a taxa de mortalidade materna não é a legalização do aborto, mas o atendimento médico qualificado às mães antes, durante e depois do parto. E essa é uma responsabilidade do Ministério que vale mais não evadir com a argúcia de que o problema está na penalização do aborto".