O patriarca da Babilônia dos Caldeus, cardeal Louis Raphael Sako, expressou sua “profunda tristeza” e “dor” pelo trágico incêndio em um hospital no Iraque, solidarizou-se com as famílias das vítimas e pediu que as autoridades se unam para superar as emergências que a comunidade enfrenta. 

O cardeal Louis Sako enviou, em nome de toda a Igreja caldeia, uma mensagem de pêsames e solidariedade às famílias dos mais de 90 falecidos no incêndio do Hospital “Imam al Hussein”, em Nassiriya, no Iraque.

O incêndio ocorreu na noite da segunda-feira, 12 de julho. As vítimas estavam na área de pacientes da covid-19, inaugurada há três meses. A maioria das mortes ocorreu devido a queimaduras graves. Centenas de pessoas ficaram feridas ou intoxicadas.

O Ministério da Saúde do Iraque ainda não deu uma versão oficial sobre as causas do incêndio. Funcionários iraquianos afirmaram a possibilidade de que um curto-circuito teria provocado a explosão de um cilindro de oxigênio. 

No dia 24 de abril, um incidente parecido ocorreu num hospital de Ibn Khatib, em Bagdá, provocando a morte de 82 pessoas e deixando 110 feridos. Segundo a imprensa local, várias vítimas estavam em terapia intensiva e usando respiradores. Muitos morreram asfixiados pela fumaça do incêndio.

Na mensagem oficial do Patriarcado Caldeu, o cardeal Sako confiou as almas dos defuntos à infinita misericórdia de Deus e disse que espera que esta nova catástrofe, entre muitas no Iraque, contribua para “despertar a consciência dos funcionários iraquianos”. O cardeal explicou espera que a tragédia ajude a que os políticos deixem de lado sua “incompreensível oposição” para unir forças e assumir suas responsabilidades como funcionários públicos durante desta “difícil fase”, para “ajudar o país a levantar-se e a superar as emergências e os problemas econômicos e sociais que atormentam a vida cotidiana da população”. 

Segundo a agência Reuters, “um médico do hospital, que se recusou ser identificado e cujo turno terminou algumas horas antes do incêndio, disse que a ausência de medidas básicas de segurança eram sinais de que um acidente aconteceria”.

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“O hospital carece de um sistema de extintores de incêndio ou mesmo de um simples alarme de incêndio”, disse o médico à Reuters. Segundo ele, o incidente poderia ter sido evitado. 

“A gente tem reclamado muito nos últimos três meses”, pois existia a possibilidade de “ocorrer uma tragédia em qualquer momento” apenas com a “ponta de um cigarro”. Ele denunciou que “recebemos a mesma resposta dos funcionários de saúde: não há dinheiro suficiente”. 

Após a tragédia, o tribunal de Nassiriya ordenou a detenção de 13 funcionários públicos locais relacionados com o incêndio.

Segundo a Reuters, o gabinete do primeiro-ministro do Iraque, Mustafa al-Kadhimi, confirmou a ordem de prisão do gerente do hospital e do chefe da defesa civil. Na terça-feira, uma equipe do governo chegou a Nassiriya para investigar as causas do acidente e anunciarão os resultados das apurações dentro de uma semana.

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