HAVANA, 20 de jul de 2021 às 15:21
O Movimento Cristão Libertação (MCL) anunciou o começo de uma “campanha de condenação e isolamento diplomático, comercial e financeiro à junta econômico-militar que rege o país como consequência de seus últimos atos repressivos ao povo de Cuba”.
“O objetivo desta campanha é apoiar solidariamente todos os esforços do povo para conseguir a libertação de todos os detidos pelas manifestações pacíficas e de todos os presos políticos e de consciência, bem como a realização de eleições livres e pluralistas, em um ambiente de liberdade plena”, afirmou o movimento em comunicado publicado no dia 19 de julho.
Así es como los cuerpos represivos de la dictadura castrista se llevan a jóvenes desarmados que protestan pacíficamente pidiendo “LIBERTAD”. En Cuba, pensar diferente y expresarlo es un “delito” que puede costarte la vida. #SOSCuba pic.twitter.com/lM76WaHmW8
— Yusnaby Pérez (@Yusnaby) July 18, 2021
No domingo, 11 de julho, depois de 62 anos de ditadura, milhares de cubanos saíram às ruas para exigir liberdade e mudanças após meses de escassez de alimentos e medicamentos. A resposta do presidente Miguel Díaz-Canel foi uma “ordem de combate” em oposição aos protestos. Na quarta-feira, dia 14, Díaz-Canel disse que o regime não está reprimindo as manifestações pacíficas e considerou que as demandas “que fazem ao governo cubano para que respeite a opinião de seus cidadãos é uma grande mentira, uma completa calúnia”.
A ONG Cubalex, defensora dos direitos humanos, divulgou uma lista de mais de 500 pessoas que foram presas. Algumas delas já foram libertadas, mas a maioria continua detida ou não há informações sobre o paradeiro de muitas delas.
O comunicado assinado pelo porta-voz do MCL, Regis Iglesias, e pelo secretário-geral do movimento, Tony Díaz, lembra que há 32 anos a organização trabalha “para encontrar uma via pacífica de transição da ditadura para a democracia”. Sua principal iniciativa é o Projeto Varela, que conta com mais de 35 mil assinaturas entregues à Assembleia Nacional do Poder Popular.
“Durante todo este tempo, assim como o resto da oposição democrática, nós sofremos assédio, prisão, exílio e até assassinato de nossos líderes”, afirmou o texto, referindo-se a seu fundador Oswaldo Payá e ao ativista Harold Cepero, mortos em 22 de julho de 2012 em circunstâncias ainda não esclarecidas.
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Além disso, na Primavera de 2003, Regis Iglesias e outros 74 opositores e promotores do Projeto Varela foram presos. Em 2010, todos já tinham sido libertados, mas em liberdade condicional ou exilados, como aconteceu com o porta-voz do MCL.
O atual coordenador nacional, Eduardo Cardet, também foi preso por três anos por ter criticado o legado de Fidel Castro, falecido em 25 de novembro de 2016.
O MCL afirmou que, durante todos estes anos, “o regime bloqueou toda iniciativa de solução e sufocou o povo, evitando sua prosperidade e a busca da felicidade em sua própria pátria”.
“Por isso, em consonância com os fatos ocorridos desde o dia 11 de julho, quando milhares de cubanos foram fortemente reprimidos unicamente por exercer seu legítimo direito ao protesto”, o MCL lançou esta “campanha de condenação e isolamento diplomático, comercial e financeiro à junta econômico-militar que rege o país”.
“Convidamos todos os governos, todas as organizações internacionais e todas as pessoas de boa vontade a se juntar a esta campanha. Todos os cubanos, todos irmãos, e agora, a liberdade”, disse o MCL.
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— ACI Digital (@acidigital) July 20, 2021