A rede mundial contra o tráfico Talitha Kum está promovendo a campanha “CareAgainstTrafficking” (cuidado contra o tráfico) por ocasião do Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas 2021, celebrado no dia 30 de julho. A rede internacional Thalita Kum foi fundada em 2009 pela União Internacional das Superioras Gerais (UISG), que abrange mais de 30 mil religiosas católicas além de outros membros amigos.

Em declarações à ACI Prensa, a coordenadora internacional da Talitha Kum, irmã Gabriella Bottani, afirmou que “esta campanha está sendo feita, sobretudo, nas redes sociais e quer mostrar a importância da atenção como um ponto fundamental na luta contra o tráfico de pessoas”.

A irmã Gabriella convidou quem queira “apoiar a pastoral que as religiosas realizam através da atenção, sobretudo às sobreviventes”, a colaborar entrando AQUI.

Segundo dados oficiais atualizados, Talitha Kum coordena cerca de “50 redes em mais de 90 países”.  Em 2020, elas “atenderam 17.000 sobreviventes do tráfico, proporcionando-lhes lares seguros, oportunidades educativas e de emprego, atenção médica e psicossocial e apoio para o acesso à justiça e à reparação”.

Além disso, em 2020, “quase 170 mil pessoas foram beneficiadas com as atividades de prevenção e sensibilização organizadas por Talitha Kum”.

A campanha “CareAgainstTrafficking” pretende demonstrar que “o cuidado atento pode fazer a diferença em cada etapa da luta contra o tráfico de pessoas: atenção às pessoas em risco, assistência às vítimas e assistência aos sobreviventes”.

Por isso, Talitha Kum frisou que, “por sua experiência de campo, as consagradas sabem que as abordagens a longo prazo centradas na atenção podem reduzir o risco de que os sobreviventes voltem a ser vítimas do tráfico e da exploração”.

“Essas abordagens requerem uma participação institucional que as irmãs não podem proporcionar sozinhas”, diz a organização. Por isso, a irmã Gabriella pede a “união de todas as pessoas de boa vontade para enfrentar as causas sistêmicas do tráfico de pessoas, para transformar a economia do tráfico em uma economia do cuidado”.

“Em particular, pedimos aos governos que se comprometam a apoiar os sobreviventes a longo prazo, garantindo educação de qualidade, oportunidades e licenças para trabalhar, acesso à justiça e à reparação e à assistência médica e psicossocial”, afirmou.

Por sua vez, a secretária executiva da UISG, irmã Patricia Murray, disse que Talitha Kum “está comprometida não só com o apoio às comunidades vulneráveis e marginalizadas de todo o mundo, mas também com o desmantelamento dos sistemas que permitem a sua opressão e exploração”.

“Impulsionadas pela força de seu compromisso espiritual, estas religiosas ajudaram dezenas de milhares de pessoas a escapar do tráfico e a encontrar um caminho para reconstruir vidas livres e dignas”, afirmou.

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Em diversas ocasiões, o papa Francisco lançou apelos contra o tráfico de pessoas.

Em 2014, o papa Francisco criou o Grupo de Santa Marta, nome de sua residência no Vaticano, para reunir líderes católicos e chefes da polícia internacional para lutar contra este problema.

No mesmo ano, 60 especialistas de 33 países representantes de diversas organizações da Igreja, liderados pela Caritas Espanhola e Caritas Internationalis, reuniram-se, de dois em dois anos aproximadamente, para encontrar novas formas de combate contra o “segundo negócio clandestino mais lucrativo do mundo, depois do tráfico de armas e acima do tráfico de drogas”.

Em 2015, o papa Francisco dedicou sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz a este problema, assumido como prioridade pela diplomacia internacional da Santa Sé.

Em 2016, dom Bernardito Auza, observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas, recordou que o pontífice se pronunciou reiteradamente sobre esse “horror” e todas as “formas de escravidão moderna”, e que institutos católicos religiosos, programas nacionais e diocesanos e fiéis lutam contra esse problema, cuidam das vítimas e conscientizam as pessoas.

Em 2019, a União Internacional de Superioras e Superiores Gerais organizou a Jornada Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas, promovida pelo papa Francisco e celebrada a cada 8 de fevereiro por ocasião do dia de são Josefina Bakhita, sequestrada aos 9 anos para ser escravizada e torturada. Ela é reconhecida por sua espiritualidade e fortaleza contra as adversidades.

No dia 8 de fevereiro de 2021, por ocasião do Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas, o papa Francisco pediu orações “pelo apoio às vítimas do tráfico e pelas pessoas que acompanham os processos de integração e reinserção social”. Ele também afirmou que a oração deve impulsionar “ações concretas” que permitam a cada pessoa escravizada voltar a “ser protagonista livre de sua vida”, em benefício do bem comum.

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