O Papa Bento XVI autorizou a publicação da versão não oficial em italiano das 50 propostas que os Padres Sinodais apresentaram ao concluir o Sínodo sobre a Eucaristia. As propostas confirmam a centralidade da Eucaristia e a doutrina da Igreja nos temas debatidos.

Na primeira proposição, os Padres Sinodais pedem ao Santo Padre avaliar a possibilidade de escrever "um documento sobre o sublime mistério da Eucaristia na vida e missão da Igreja".

Na segunda, a Assembléia Sinodal reconhece o valor da "reforma litúrgica atuada a partir do Concílio Vaticano II"; e assinalam que os abusos "verificados no passado, e que não faltam hoje", "não podem obscurecer a bondade e validez da reforma".

A proposição 6 pede promover a Adoração Eucarística, enquanto que a 7 destaca a importância de que o bispo "promova em sua diocese uma decisiva recuperação da pedagogia da conversão que nasce da Eucaristia e favoreça para isto a Confissão individual freqüente".

Na proposição 11, que aborda o tema da escassez de sacerdotes, os Padres Sinodais chamam a tomar medidas criativas para a distribuição dos presbíteros; e sobretudo afirmam "a importância do dom inestimável do celibato eclesiástico na prática da Igreja Latina", e sugerem "ilustrar adequadamente aos fiéis as razões da relação entre o celibato e a ordem sacerdotal".

A proposição 15 se refere ao papel fundamental da família cristã, especialmente "na iniciação cristã dos filhos".

A Celebração da Missa

Na segunda parte das proposições, dedicadas ao tema da participação do povo de Deus na Celebração Eucarística"; abordaram-se temas referidos à prática da Missa: A Liturgia da Palavra, a Homilia, a Liturgia Eucarística. No número 23, referido ao sinal da paz, os Padres Sinodais assinalam que este sinal de valor e profundidade "em certos casos, assume um peso que se pode converter em problemático" e por isso propõem "avaliar se o sinal da paz poderia ser colocado em outro momento da celebração".

A proposição 25, referida à dignidade da celebração da Missa, propõe que "se evitem o excesso de intervenções que possam contribuir a uma manipulação da Santa Missa, por exemplo quando se substituem os textos litúrgicos por textos estranhos ou quando se dá à celebração uma conotação não litúrgica".

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"Que o valor, a importância e a necessidade da observância das normas litúrgicas fiquem à luz", diz o mesmo ponto.

Ao falar do momento de receber a Comunhão, a proposição 35 recorda que os fiéis "permanente ou ocasionalmente, não cumprem com as necessárias condições" para receber a Comunhão, não devem "temer suscitar uma impressão negativa ao não aproximar-se da Comunhão".

Na proposição 36, os Padres Sinodais sugerem "que se utilize o latim na liturgia da Missa dentro dos encontros de âmbito mundial, que são plurilíngues, com a exceção das leituras, a homilia e a Oração dos Fiéis".

A Missão do Povo de Deus

Na terceira parte, dedicada à "Missão do povo de Deus nutrido pela Eucaristia", o Sínodo expõe na proposição 40 que os divorciados que voltaram a casar "não podem ser admitidos na Santa Comunhão porque se encontram em condição de objetivo contraste com a Palavra do Senhor que levou o matrimônio ao valor originário da indissolubilidade".

"Os divorciados que voltaram a casar, entretanto, pertencem à Igreja, que os acolhe e os acompanha com especial atenção para que cultivem um estilo cristão de vida através da participação na Santa Missa, embora seja sem receber a Santa Comunhão", recorda o mesmo ponto.

A proposição 41, referida à admissão dos fiéis não católicos à Comunhão, destaca-se que "não é geralmente possível", devido a estreita relação entre Eucaristia e Igreja.

Na proposição 46, referida à "coerência eucarística de políticos e legisladores católicos", destaca-se que estes "devem sentir-se particularmente interpelados em sua consciência, retamente formada, sobre a grave responsabilidade social de apresentar e apoiar leis iníquas. Não há coerência eucarística quando se promovem leis que vão contra o bem integral do homem, contra a justiça e o direito natural".