BEIRUTE, 6 de ago de 2021 às 15:56
Na quarta-feira, 4 de agosto, completou-se o primeiro aniversário da trágica explosão no porto de Beirute, capital do Líbano, que causou 200 mortos e mais de 6 mil feridos, além de deixar grande parte da cidade destruída.
A explosão ocorreu devido ao incêndio de um armazém sem vigilância, onde havia um carregamento de 2,75 toneladas de nitrato de amônio.
عظة البطريرك الكردينال مار بشاره بطرس الرَّاعي
— البطريركية المارونية Maronite Patriarchate (@bkerki) August 4, 2021
قدّاس التذكار السنويّ الأوّل لشهداء انفجار مرفأ بيروت
مرفأ بيروت – الأربعاء ٤ آب ٢٠٢١https://t.co/BP8RxUMqk8#البطريرك_الراعي #شركة_ومحبة #البطريركية_المارونية #بكركي #الراعي #بيروت pic.twitter.com/FJAGWX1OLR
O papa Francisco, ao finalizar a Audiência Geral da última quarta-feira, fez referência ao acontecimento e fez um chamado à solidariedade internacional para que o Líbano “volte a ser uma mensagem de fraternidade”.
O patriarca da Igreja maronita, cardeal Béchara Boutros Raï, celebrou uma missa na “zona zero” da explosão, e pediu que a verdade sobre o que aconteceu seja esclarecida, que os responsáveis sejam levados à justiça e que as vítimas sejam auxiliadas.
Segundo informação da Vatican News, o patriarca lembrou que a explosão em Beirute foi “a terceira maior explosão não nuclear da história da humanidade”.
A missa foi celebrada em meio a fortes medidas de segurança devido à onda de manifestações que, no contexto dessa efeméride, estão acontecendo na capital libanesa nos últimos dias.
Em sua homilia, o cardeal Béchara Boutros afirmou que “nas calamidades e catástrofes, só Deus é o consolo e a esperança”.
A homilia do cardeal girou em torno da ideia de justiça: “Estamos aqui para exigir verdade e justiça”, afirmou.
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Ele disse que “a terra continuará tremendo neste lugar até que saibamos a verdade sobre o que ocorreu no porto de Beirute”.
Nesse sentido, exigiu às autoridades libanesas comprometimento na busca da verdade. “O Estado deve a verdade, não apenas às famílias das vítimas, aos feridos e às pessoas atingidas, mas a todos os libaneses”, disse.
Cristãos e muçulmanos estão juntos na busca de justiça, segundo o cardeal. “Damos testemunho da unidade de cristãos e muçulmanos na fidelidade ao Líbano”, afirmou, dizendo que “estamos aqui para lançar um apelo aos dirigentes políticos: daqui pra frente, estabeleçam imediatamente um governo de reforma e de salvação”.
“Estamos aqui para lançar um apelo aos países do mundo: O Líbano vos grita, salvem-no!” acrescentou.
Além disso, o cardeal se dirigiu aos políticos libaneses e lhes pediu um esforço de consciência frente às divisões: “Não queremos lutar mais, não queremos mais guerras”. “Declaramos a nossa lealdade a Beirute ao reconstruí-la: com sua beleza e seu patrimônio”.
Por fim, chamou o povo libanês a manter o moral alto, porque “se o moral se mantém intacto e alto, toda Beirute poderia ser reconstruído sem muitos problemas”.
“Nas grandes tragédias e catástrofes, o tempo deixa de ser cronológico. Os dias se convertem em anos, e os anos em eternidade. Mas para Deus, o tempo é infinito. Deus olha para nós com a sua misericórdia, abraça as nossas vítimas e une-as com a ternura do seu coração e as luzes da sua glória”, concluiu o cardeal Béchara Boutros.
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