A Congregação para a Doutrina da Fé decretou a expulsão do ministério sacerdotal de dois sacerdotes do Chile que foram declarados culpados de abusos sexuais. Um terceiro presbítero, também culpado de abusos, aceitou o pedido de demissão do estado clerical.

A Prelatura do Opus Dei no Chile informou, em 16 de agosto, que encerrou a investigação do processo eclesiástico contra Patricio Astorquiza Fabry, decretando sua expulsão do estado clerical por considerá-lo culpado dos crimes de abuso sexual “com menores de idade, de poder e de consciência”.

Com a resolução, chega ao final o processo penal administrativo “encomendado pela Congregação para a Doutrina da Fé ao Arcebispo de Santiago em novembro de 2019, na sequência da investigação prévia enviada pela Prelatura do Opus Dei no Chile em abril desse ano”.

“Desde aquela data, mantiveram-se em vigor as medidas cautelares de não exercer o ministério sacerdotal”, afirmou a Prelatura do Opus Dei.

“No decreto final do processo, fica registrado que uma denúncia de abuso de consciência e cinco por abuso com conotação sexual foram recebidas”.

Além disso, o Opus Dei explicou que “para configurar este tipo de delitos com menores de idade não é necessário que tenha existido uma relação sexual propriamente tal”, explicou.

Astorquiza informou que “fará uso de seu direito de recorrer à decisão” para que se reconsidere “a sanção em razão de sua idade”, de 85 anos.

O Opus Dei lamentou “profundamente o dano causado” e reiterou seu desejo “de acompanhar as vítimas no caminho de reparação”.

“Reafirmamos nossa total rejeição a qualquer tipo de abuso e queremos agradecer a quem colaborou na investigação ajudando a esclarecer a verdade”, acrescentou.

Por sua vez, a arquidiocese de Concepción informou, em 15 de agosto, que a Congregação para a Doutrina da Fé finalizou o processo e arquivou o expediente de José Reinaldo Méndez Sánchez, ex-sacerdote culpado de abusos sexuais contra um menor.

A sentença de expulsão do estado clerical foi comunicada em 18 de março de 2021 e apelada por Méndez no dia 29 do mesmo mês.

A arquidiocese de Concepción informou às vítimas e ao clero a resolução e recordou que os antecedentes do processo foram entregues oportunamente ao Ministério Público.

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Méndez cumpre medida cautelar de prisão domiciliar em uma casa de retiro da comuna de Tomé, depois de ser processado por crimes de abuso sexual reiterado e estupro.

Os crimes foram perpetrados entre 2015 e 2018 no interior da paróquia são João Batista de Hualqui, contra um menor que atuava como acólito.

Enquanto isso, a arquidiocese de Santiago informou em 11 de agosto ter concluído o processo penal administrativo contra o ex-sacerdote David Mondaca Rivas, considerado culpado de abusos sexuais de menores, entre 1993 e 1994.

Mondaca foi pároco de Nossa Senhora de La Victoria, zona sul da arquidiocese. No período, ele teria abusado de três menores de idade.

A arquidiocese comunicou a recepção da denúncia de uma das vítimas em 24 de junho de 2019 e pediu “a demissão do estado clerical de David Mondaca, no entanto, o acusado exigiu junto à Santa Sé a dispensa de suas obrigações sacerdotais, a que lhe foi aceita”, explicou.

A resolução foi comunicada às vítimas desses crimes e à comunidade eclesial afetada. Os antecedentes foram entregues ao Ministério Público.

“Acompanhamos de perto as vítimas e suas famílias, pedindo a Deus misericordioso que possa curar a dor causada em todos os que sofreram”.

“Ao mesmo tempo, como arquidiocese, reafirmamos nosso compromisso de continuar trabalhando pela promoção de ambientes sadios e seguros dentro da Igreja”, concluiu o comunicado da Delegação Verdade e Paz.

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