A religiosa que arriscou a vida para evitar um massacre em Myanmar, em fevereiro, agora arrisca a sua vida atendendo os doentes da covid-19 nas aldeias remotas do país. “Sinto que é o meu dever”, diz a irmã Ann Rose Nu Tawng.

Ela é missionária de São Francisco Xavier em Myanmar. Durante as manifestações de fevereiro por causa de um golpe militar no país, a religiosa arriscou a vida ao se ajoelhar na frente das forças da ordem para evitar a violência contra os manifestantes.  A freira evitou, com isso, o massacre de uma centena de pessoas.

Agora, a irmã Ann Rose Tawng presta assistência aos doentes de covid-19 nas aldeias atingidas pela pandemia, onde a população não conta com hospitais, segundo a UCA News, agência católica de notícias da Ásia. Além de estarem a quilômetros de distância, os hospitais da região já não aceitam o ingresso de mais doentes porque não contam com leitos disponíveis nem funcionários suficientes para atender a demanda. “Não tenho medo de morrer, mesmo que eu seja infectada com a covid-19”, declarou a irmã Ann Rose à UCA News.

A religiosa trabalha no centro de saúde administrado pela Igreja no estado de Kachin, em Myanmar. Vestida com uma equipe de proteção pessoal (EPI), está próxima aos doentes dando apoio moral e médico a quem precisar.

A roupa de plástico e a humidade de Myanmar fazem com que a irmã sofra muito calor. Mas ainda assim, ela diz: “Não posso ficar parada. Vi as dificuldades que as pessoas enfrentam na região”. Desde o mês de junho, a irmã Anne Rose visitas as casas das aldeias vizinhas, tanto de budistas como de cristãos.

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“Não me sinto cansada, apesar da preocupação com as tarefas diárias. Sinto que é o meu dever”, afirmou.

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