A Santa Sé teria extinguido a Comunidade Regina Pacis, sociedade de vida apostólica com sede em Verona, Itália, informou a agência de notícias local L’Arena di Verona. A decisão da Santa Sé teria sido tomada em 17 de julho e o bispo de Verona, dom Giuseppe Zenti, teria informado a sociedade da decião no dia 17 de agosto.

A Comunidade Regina Pacis foi fundada em 1986 pelo casal Alessandro Nottegar e Luisa Scipionato Nottegar como comunidade católica dedicada à oração, evangelização e serviço aos pobres.  Nottegar, que era médico, morreu aos 42 anos, dois meses depois da fundação da comunidade e foi declarado “venerável”, um dos passos no rumo da canonização, pelo papa Francisco em 2017. A viúva e as três filhas do casal continuaram a comunidade.

Os primeiros membros da Regina Pacis eram casais casado e famílias, mas o grupo depois acolheu religiosos e religiosas assim como padres.

No Brasil, a Comunidade Regina Pacis está presente em três cidades, Quixadá (CE), Fortaleza (CE) e Feira de Santana (BA). Além de atividades religiosas, a comunidade realiza também obras sociais e é mantenedora da Associação Alessandro Nottegar, uma instituição beneficente, filantrópica e de assistência social, responsável pelas escolas Rainha da Paz, em Quixadá e Fortaleza, e Maternal Menino Jesus, em Feira de Santana.

Em nota enviada ao site Diário de Quixadá em 11 de agosto, a Comunidade Regina Pacis afirmou que a decisão da Santa Sé “se refere, exclusivamente, à comunidade religiosa e não às obras sociais” e que “todas as providencias cabíveis estão sendo tomadas”.

“Independentemente da decisão mencionada, o foco da comunidade é e sempre foi o desenvolvimento das suas ações à luz dos princípios constitucionais, voltando-se para a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar, divulgar o pensamento, a arte e o saber, além do pluralismo de ideais e de concepções pedagógicas e possui como propósito contribuir para o enaltecimento da educação no Brasil, pautando-se pela qualidade, pela ética, pelos referenciais cristãos e pelo respeito à dignidade da pessoa humana. Estando regularmente constituída conforme as normas vigentes brasileiras, sua prioridade é e sempre foi o atendimento das suas finalidades estatutárias, beneficiando os mais vulneráveis”, diz a comunidade.

A diocese de Verona já havia feito uma inspeção da comunidade há quatro anos. Depois disso a Santa Sé nomeou dois comissários pontifícios para fazer sua própria inspeção.

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A carta do bispo Zenni cita trecho do decreto de supressão da Congregação para os Intitutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica segundo o qual encontraram-se dificuldades de relacionamente entre membros da Comunidade e “deficiências institucionais, especialemente de governança”.

Sempre segundo L’Arena di Verona, o decreto diz que “a Comunidade Regina Pacis não mostra ter adquirido uma maturidade carismáticco-institucional que possa garantir desenvolvimento saudável no futuro”, que ela carece de “originalidade e confiabilidade do carisma fundador”, e tem “pouca consistência dos textos inspiracionais, especialmente na esfera eclesiológica e na formação da associação”.

A visitação da Santa Sé à comunidade foi feita pela irmã Marisa Adami, das Irmãs da Sagrada Família e pelo padre Amedeo Cencini. Cencini liderou a investigação da Comunidade Ecumênica de Bose em 2019 que levou à remoção do fundador dela, padre Enzo Bianchi.

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