“Destruíram a igreja de Mocímboa da Praia”, lamentou padre Kwiriwi Fonseca, “ali ao fundo, era onde se encontrava o altar… É muita dor, é muita dor…”. O padre Kwiriwi Fonseca, responsável pela comunicação da diocese de Pemba, em Moçambique, visitou no domingo, 29 de agosto, a região de Mocímboa da Praia, que esteve sob domínio de milicianos muçulmanos e foi retomada no início do mês. Em uma mensagem enviada à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) Portugal, o sacerdote relatou ter encontrado um cenário de destruição.

Segundo o sacerdote, o que ele encontrou foram “imagens chocantes”, pois os terroristas “vandalizaram e destruíram tudo no edifício paroquial de Mocímboa da Praia”. A igreja era “um símbolo de amizade com os muçulmanos, um símbolo de diálogo, um símbolo de aproximação”, disse o padre.

A vila portuária de Mocímboa da Praia, na província de Cabo Delgado, foi invadida por terroristas em março de 2020, em uma ação que, posteriormente, foi reivindicada pelo Estado Islâmico. Em junho do mesmo ano, a região passou por confrontos entre as forças governamentais e grupos insurgentes. No último dia 8 de agosto, uma operação conjunta entre Moçambique e Ruanda reconquistou o controle da vila.

Segundo ACN, as primeiras imagens da região reconquistada mostram uma vila fantasma, povoada apenas por soldados, em um cenário de destruição quase total. Praticamente todas as infraestruturas foram arrasadas. Apenas algumas casas que teriam sido ocupadas pelos terroristas escaparam à devastação. A Igreja da vila, datada de 1954, é hoje um monte de ruínas.

Na mensagem à Fundação Pontifícia, padre Fonseca pediu orações e solidariedade da comunidade cristã em todo o mundo para que a igreja possa ser reconstruída assim que a diocese entender que haja condições de segurança para o retorno das atividades paroquiais. “Gostaríamos que nos acompanhassem com as vossas orações e com o vosso apoio, com a vossa forma bastante rica de olhar pelas igrejas que sofrem, e encontrassem benfeitores e pessoas motivadas para a reconstrução do símbolo do que é a igreja nesta região”.

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“Que o terrorismo não acabe com os nossos sonhos, as nossas perspectivas e seja só aquilo que aconteceu, mas não o término de uma presença cristã na região de Mocímboa da Praia…”, afirmou.

Mocímboa da Praia foi a região em que grupos armados muçulmanos protagonizaram o seu primeiro ataque em outubro de 2017. Desde então, a província de Cabo Delgado tem sido palco de constantes ataques. Segundo ACN, estima-se que os atentados já deixaram mais 3 mil mortos e 800 mil deslocados.

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