Religiosa serviu em vários terremotos no Haiti

PORTO PRÍNCIPE, 6 de set de 2021 às 16:16

Testemunho da irmã Marilyn Marie Minter (em inglês). Crédito: Facebook da EWTN News In Depth.

A irmã Marilyn Marie Minter, uma das quatro Irmãs Felicianas da América do Norte que servem no Haiti, trabalha na ilha desde o terremoto de 2010. Neste ano ela ajudou as vítimas do terremoto de magnitude 7.2 que atingiu o país, em 14 de agosto.

Em recente entrevista concedida ao programa EWTN News In Depth, a irmã Marilyn contou em detalhes sua experiência no mais recente terremoto. Na manhã daquele dia, ela e suas irmãs felicianas estavam no convento de Jacmel, a 128 quilômetros do epicentro em Les Cayes. Elas saíram correndo. “A irmã Inga, que estava no quarto ao meu lado, gritou: ´Fuja rapidamente! É um terremoto! Saia! Agora! Rápido!` Para outras duas irmãs que estão conosco era a primeira experiência em um terremoto”, disse a irmã Marilyn.

As quatro irmãs -Marilyn, Inga Borko, Mary Izajasza Rojek e Mary Julitta Kurek- dirigem um complexo missionário que inclui uma clínica médica móvel, farmácia, casa de voluntários, centro de atividades, pátio de recreio, laboratório de informática para estudantes e uma cozinha que alimenta quase 100 crianças.

Em nível internacional, há mais de mil irmãs felicianas em quatro continentes. Seu estilo de vida é franciscano. Foram fundadas pela beata Maria Ângela Truszkowska em 1855, na Polônia, e chegaram à América do Norte em 1874.

Em 2009, as Irmãs Felicianas da América do Norte formaram a província de Nossa Senhora da Esperança, composta por oito províncias felicianas nos Estados Unidos e no Canadá. Elas se esforçam por viver sua missão de “cooperar com Cristo na renovação espiritual do mundo”, evangelizando crianças, jovens em risco, estudantes universitários, idosos, deficientes, prisioneiros, marginalizados e pobres em geral.

Em 2010, a irmã Marilyn viajou ao Haiti pela primeira vez, enviada pela congregação, depois do terremoto de magnitude 7.0 que matou cerca de 250 mil pessoas no país. Em 2012, retornaram. Em 2018, dedicaram sua missão ao serviço dos haitianos em quatro áreas principais: curar os doentes, fornecer água potável, alimentar os famintos e educar os líderes do futuro.

Quando as irmãs perceberam que era um terremoto, saíram correndo da casa. A irmã Marilyn lembrou-se dos gritos dos vizinhos. Depois de esperar do lado de fora por cerca de 20 minutos, as irmãs voltaram para casa e escreveram à sua superiora na Pensilvânia para contar que estavam seguras.

Não todos tiveram a mesma sorte no Haiti. O terremoto matou mais de 2,2 mil pessoas. Mais de 300 pessoas continuam desaparecidas. Segundo a Agência de Proteção Civil do Haiti, o desastre natural deixou 12,26 mil feridos e quase 53 mil casas destruídas. A World Vision informou que outras 77 mil casas foram danificadas, além de 60 lugares de culto, 20 escolas, 25 centros de saúde e 48 albergues que atendem 1,7 mil crianças.

“Ouvimos como Les Cayes, Jeremie e outras aldeias a nosso oeste ficaram devastadas”, disse a irmã Marilyn.

Vinte pessoas morreram quando a igreja St. Famille du Toirac caiu perto de Les Cayes. Em Les Anglais, o terremoto arruinou a Igreja da Imaculada Conceição e matou 17 pessoas menores de 25 anos.

“Estava tendo um batismo numa igreja em Les Cayes e vimos fotos daquelas crianças mortas com seus vestidos brancos. Faz o coração chorar”, disse a religiosa.

O perigo não havia terminado para as irmãs mesmo depois do terremoto: às duas da tarde, houve uma réplica do terremoto e elas saíram correndo mais uma vez.

Três horas depois, a Caritas anunciou que estava recolhendo materiais de emergência para os diretamente afetados pelo terremoto. As irmãs entraram em ação.

“Recolhemos o que tínhamos em nosso contêiner. Nosso contêiner estava ficando vazio, mas juntamos remédios, curativos, luvas cirúrgicas. Recolhemos roupas, toalhas, lençóis, sapatos que sobraram e os empacotamos”, disse a irmã Marilyn à EWTN News In Depth.

“Com um balde e um filtro, é possível tomar água da chuva, filtrar essa água e entregar água purificada. Você dá um balde e um filtro para uma mulher, uma família, e ela dá água limpa para outras três famílias. Você pode ter sustentabilidade. Você pode ter capacitação. E pode ter independência”, afirmou a irmã Marilyn.

Atualmente, as irmãs estão arrecadando dinheiro para comprar o que for necessário, incluindo equipamentos médicos e material escolar, produtos de higiene, roupas de cama e artigos para bebês.

A irmã Marilyn também espera enviar laptops ou tablets para o Haiti. As doações podem ser enviadas para Felician Sisters of North America, 871 Mercer Road, Beaver Falls, PA 15010, e o destinatário é o “Haiti”. Elas também aceitam doações on-line através da página feliciansistersna.org.

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— ACI Digital (@acidigital) September 6, 2021