O padre Giovanni Scalese foi o último sacerdote a deixar Cabul, no Afeganistão. Ele era o responsável pela missio sui iuris no país até a crise de segurança causada pelo regresso dos talibãs ao poder, que pôs em risco sua vida e a de todos os cristãos e estrangeiros no país.

“Os últimos dias em Cabul não foram fáceis. Estávamos esperando poder sair do país e não sabíamos quando poderíamos fazê-lo. Foi uma espera bastante desconcertante. Por mais de uma ocasião nos avisaram para sair imediatamente, mas a operação era cancelada no final. Isso nos estressava muito, mas finalmente tudo se resolveu bem”, explicou o sacerdote.

O padre Scalese teve a possibilidade de deixar o país no primeiro avião, mas esperou para levar consigo as 4 missionárias da caridade, 14 crianças com deficiência severa, duas religiosas e um religioso de Pro Bambini di Cabul. Com a sua saída do Afeganistão, a presença oficial da Igreja Católica desapareceu completamente.

Após a partida do seu avião do aeroporto de Cabul, ocorreu um atentado que matou 180 pessoas.

O padre Scalese disse que, durante esses dias, experimentou “em primeira mão o quão eficaz é a oração. Uma oração unânime, porque em cada parte do mundo oravam por nós e isso teve seus efeitos, porque conseguimos chegar sãos e salvos, sem um arranhão”.

O religioso barnabita alentou a todos a rezar pelo povo afegão, “porque realmente necessita”.

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Embora a situação no país piore cada vez mais, o padre Scalese disse que pretende voltar ao Afeganistão “quando haja mais segurança. Algo que não tem acontecido nos últimos 7 anos”.

“Estou consciente de que minha atuação lá sempre será limitada. Mas, se houver mais segurança, poderia me mover com mais facilidade, porque minha atividade esteve muito limitada por motivos de segurança”, afirmou o sacerdote.

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