Os bispos da Argentina, a nunciatura apostólica no país e a diocese de Gregorio de Laferrere avisaram que uma carta sobre comunhão na boca que circula nas redes sociais assinada pelo núncio no país, dom Miroslaw Adamczyk, é falsa.

A carta data de 6 de setembro de 2021, é dirigida ao “Presbítero Víctor Hugo Centeno”, pároco de San José de la Justina, na diocese Gregorio de Laferrere.

A Conferência Episcopal, através do Twitter, publicou a carta em 18 de setembro, com um selo de “falso” escrito em letras vermelhas e maiúsculas e a seguinte legenda: “Advertência do bispo de Gregorio de Laferrere verificada ante a Nunciatura Apostólica e ante esta própria Conferência Episcopal Argentina”.

O texto da carta é o seguinte:

Nesta data, se apresenta diante de mim o sr. Alejandro Bustamante, que o acusou de haver-lhe negado a sagrada comunhão na boca.

Traz também consigo várias assinaturas de fiéis da sua jurisdição que também querem comungar desse modo. Embora meus irmãos no episcopado aconselhem comungar na mão por questões da pandemia, é só uma sugestão. O senhor não pode negar a comunhão a ninguém (salvo caso de escândalo público) em nenhuma das formas estabelecidas pela Santa Madre Igreja.

Peço e convido-o a refletir sobre isso e sobre a comunhão como os fiéis preferirem (com os cuidados necessários). Também sugiro que esta carta seja lida na Missa para que os fiéis sejam devidamente informados. Submeta-se ao código de direito canônico.

Aproveito esta oportunidade para desejar a todos os fiéis da paróquia de San José de la Justina a bênção apostólica de Sua Santidade +Francisco. Com as minhas saudações fraternais em Nosso Senhor Jesus Cristo.

Neste domingo, 19 de setembro, o padre Centeno publicou um comunicado no Facebook da sua paróquia: “Em resposta ao referido acima, gostaria de esclarecer que ainda estamos atravessando uma pandemia, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 11 de março de 2020-atualmente 2021, que foi o fundamento para a adoção de diferentes protocolos de atuação frente à mesma (nas escolas, nos domicílios particulares, nas igrejas, etc.) onde o presidente da nação, o señor Alberto Fernández, declara por meio do decreto N°260/20 de 12 de março a emergência pública em matéria sanitária (lei 27.541) e medidas para conter a propagação do novo coronavírus”.

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Em seguida, o sacerdote afirma que, “como consequência do que foi determinado pelo governo e pelas autoridades sanitárias, o bispo de Laferrere, dom Gabriel Barba, emitiu uma carta datada em 15/03/2020, dando-nos diretrizes pastorais para serem seguidas por causa desta pandemia, sendo um dos itens ´a Comunhão eucarística será dada na mão`”.

O padre Centeno também disse que, “no dia 8 de abril deste ano, nosso bispo em funções, Jorge Torres Carbonel, voltou a emitir um protocolo em tempo de pandemia onde, no item (sic) nº 4, remarca ´que a Comunhão será recebida na mão`". Dom Torres sucedeu dom Barba em junho de 2020, ao ser eleito para ser bispo de San Luis.

“Até esta data, como pároco da comunidade de San Jose, não recebi da diocese nenhuma normativa orientando qualquer mudança no protocolo atual para a covid-19 com respeito à administração da ´Comunhão na boca`”, afirmou o sacerdote. “Continuamos com a mesma medida de biossegurança com todos os fiéis, adotada no mês de março de 2020, oferecendo a Comunhão na mão”, continuou.

“Reitero que o vírus Sars-cov2 (covid-19) ainda está entre nós, sabendo que é minha responsabilidade como pároco velar pela saúde espiritual e física de todos os paroquianos”, disse ele.

“Continuo sendo obediente, não tomo decisões arbitrárias, nem à margem da diocese a que pertenço e respondo às diretrizes dadas pelo senhor bispo dom Jorge Torres Carbonel, de quem dependo”.

“Sem mais explicações”, conclui o sacerdote.

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