O papa Francisco voltou a condenar o aborto e a eutanásia em um discurso nesta segunda-feira, 28, em que lamentou que a atual "cultura do descarte" leve à matança de crianças e ao desprezo dos idosos. Esta é a segunda vez em menos de 30 dias que o papa fala contra o aborto.

“Há o descarte das crianças que não queremos acolher, com a lei do aborto, que as envia para o algoz e as mata diretamente. E hoje isso setornou-se um método 'normal', uma prática que é muito feia. Ela é, na verdade, um assassinato", disse o papa Francisco no último 27 de setembro.

Em seu discurso aos membros da Pontifícia Academia para a Vida, o papa disse que para compreender o que é o aborto, precisamos colocar duas questões: "É correto eliminar, tirar uma vida humana para resolver um problema? É correto contratar um assassino para resolver um problema? Isso é o aborto".

Francisco disse que os idosos de hoje também são vistos como "material de descarte" e "de nenhuma utilidade" na cultura de hoje.

"Mas eles são sabedoria". São as raízes da sabedoria da nossa civilização, e esta civilização as descarta", disse ele.

"Sim, em muitas partes existe também a lei da 'eutanásia oculta', como eu costumo chamá-la. É a que faz as pessoas dizerem: 'Os medicamentos são caros, apenas metade deles são necessários', e isto significa encurtar a vida dos idosos".

O papa acrescentou que tanto o aborto como a eutanásia "negam a esperança", negando "a esperança que nos trazem as trazem as crianças permitindo a continuidade da vida e a esperança que está nas raízes que os idosos nos dão".

O papa Francisco sublinhou que este não é um caminho que as universidades ou hospitais católicos devem seguir.

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"Este é um caminho em que não podemos trilhar: o caminho do descarte", disse.

Durante uma conferência de imprensa durante seu voo de regresso da Eslováquia no dia 15 de setembro, o papa disse repetidamente que "o aborto é assassinato" e comparou a aceitação do aborto com "a aceitação do assassinato diário".

A Pontifícia Academia para a Vida foi fundada pelo papa João Paulo II em 1994. É dedicada à promoção da ética de vida consistente da Igreja.

Esta semana, a Academia realiza a sua assembleia plenária em Roma, cujos temas serão a pandemia de covid-19, a bioética, e o futuro da saúde pública.

"Confio à Virgem Maria o trabalho desta assembleia e também toda a vossa atividade como Academia em prol da defesa e da promoção da vida", concluiu o papa Francisco.

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