A líder pró-vida mexicana Mayra Rodríguez, que foi diretora de clínicas da Planned Parenthood, a maior multinacional de aborto no mundo, disse que “é possível ver o desespero” entre os abortistas pela possibilidade de sentença que reverta a decisão Roe x. Wade na Suprema Corte dos Estados Unidos. Roe x Wade foi a sentença da Suprema Corte que liberou o aborto nos EUA em 1973.

Mayra Rodríguez foi a “Funcionária do Ano” da Planned Parenthood nos EUA, antes de deixar a empresa de abortos e se tornar uma líder da defesa da vida. Para ela, dá para ver “o desespero do Partido Democrata” ao apresentar o projeto de lei Women’s Health Protection Act (Lei de Proteção da Saúde da Mulher, H.R. 3755) que visa impor a legalização do aborto em todo o país até o momento do parto. Os membros do Partido Democrata "sabem o que está por vir no caso de Mississippi", que será tratado pela Suprema Corte dos Estados Unidos a partir de 1º de dezembro deste ano, diz Rodríguez.

Para a líder pró-vida, a Women’s Health Protection Act "é uma forma de garantir que, se Roe x Wade for revertida, haja algo já constitucional que dê à mulher o direito ao aborto".

Judy Chu, congressista do Partido Democrata, apresentou a Women’s Health Protection Act, que foi aprovada pela Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, em 24 de setembro. Os 218 votos que conseguiram a aprovação do projeto vieram do Partido Democrata. Só um democrata, Henry Cuellar, votou contra e um se absteve. Todos os 210 membros do Partido Republicano votaram contra. O projeto segue agora para o Senaddo, onde os republicanos são maioria.

Dom Joseph F. Naumann, arcebispo de Kansas City e presidente do Comitê de Atividades Pró-Vida da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, qualificou o projeto como sendo o "o projeto de lei pró-aborto mais radical que nossa nação já viu".

Nancy Pelosi, membro do Partido Democrata, católica, e porta-voz da Câmara dos Representantes, defendeu repetidamente o projeto de lei que permite o aborto até o momento do parto.

No caso Dobbs x Jackson Women’s Health Organization, que desafia a legislação do Estado de Misisipi, proibindo a maioria dos abortos após as 15 semanas de gestação, a Suprema Corte terá que decidir se todas as proibições estatais do aborto antes da viabilidade são inconstitucionais. A "viabilidade" é o ponto no desenvolvimento do nascituro a partir do qual ele pode sobreviver fora do útero. No caso Roe x. Wade, a Suprema Corte decidiu que os Estados não podiam proibir o aborto antes da viabilidade.

17 anos no coração da indústria do aborto

Mayra Rodríguez trabalhou para a Planned Parenthood por 17 anos e foi responsável por três clínicas. Em 2016, a multinacional do aborto a premiou como “funcionária do ano”.

Precisamente em 2016, como “prêmio”, deram-lhe a responsabilidade de dirigir uma clínica onde se realizavam abortos. Até então, disse Mayra, "minha justificativa (era que) eu não faço abortos, onde eu trabalho não fazemos isso".

Mayra Rodríguez havia chegado aos EUA com visto de turista, com o qual não poderia trabalhar. Apesar disso, Planned Parenthood a contratou. Diante da possibilidade de se recusar a trabalhar em um local que fazia aborto, Rodríguez conta "eles me dizem: 'se você não aceitar a clínica de abortos, muito em breve fecharemos a clínica que você tem no norte de Phoenix e não garanto que haverá trabalho para você'”.

“Aceito o emprego e é aí que começo a ver todas as coisas que estão acontecendo por trás do aborto”, disse ela. “Começo a ver as complicações que se resolvem por baixo dos panos, que não notificam as perfurações no útero, que acontecem mais do que eles dizem. Começo a ver o abortista falsificando os prontuários do que acontecia no quarto”. Então, "começo a ver que era um negócio" e que "o aborto era o que importava e o aborto era a prioridade".

A "gota d'água" foi quando o médico da clínica que ela dirigia fez um aborto em uma menina de 19 anos que estava com 14 semanas de gestação. Depois do procedimento e depois de colocar um dispositivo anticoncepcional intrauterino, descobriu-se que havia sido deixada a cabeça do bebê dentro do útero.

Mayra recordou que o médico "se referia à cabeça de um bebê de 14 semanas e para ele era lixo, como se fosse gaze, como se fosse qualquer instrumento que estivesse usando".

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Ao finalizar, o médico da Planned Parenthood "não quis documentar, falsificou outra vez o prontuário”. 

A agora líder pró-vida foi então ao seu supervisor e disse-lhe “chega, não vou mais continuar com isto” e avisou que iria denunciar o médico. “O que aconteceu depois foi que me despediram”, lembrou.

Mayra destacou que, em um esforço para silenciá-la, ela foi acusada de ter drogas em seu escritório e houve pressão para deportá-la dos Estados Unidos.

Finalmente, a justiça dos Estados Unidos deu ganho de causa a Mayra Rodríguez em um processo contra Planned Parenthood, e obrigou a multinacional do aborto a lhe pagar US$ 3 milhões.

O aborto "as deixa destruídas para o resto da vida"

Com a sua experiência de trabalho à sombra da maior multinacional do aborto do mundo, Mayra Rodríguez adverte que embora quem lucre com essas práticas diga que “é fácil, é a melhor solução, na realidade traz muitas consequências e para o próprio corpo " das mulheres que abortam.

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“Realmente o aborto não lhes dá garantia de absolutamente nada. Deixa-as destruídas para o resto da vida, e com cicatrizes no útero. E, talvez, não percam as suas vidas, mas perdem muitas outras coisas, como a paz, como a saúde emocional e mental, e ficam psicologicamente destruídas”.

"Quando se dá às mulheres uma opção verdadeira, elas optam por não abortar”, diz Mayra. “Vemos todas essas mulheres que disseram 'minha vida ia ser melhor', 'eu queria, mas minha vida ia ser melhor'. E no final das contas percebem que sua vida não está melhor e se arrependem de ter feito aborto”.

“Isso não é algo inventado pelo movimento pró-vida ou que alguns psicólogos inventaram, é a realidade das mulheres que abortaram e que hoje estão arrependidas”, disse.

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